"Não se pode correr o risco de brincar com o futuro das pensões, esta reforma é necessária", disse a primeira-ministra, declarando que foi "por responsabilidade" que o Governo recorreu ao artigo 49.3º da Constituição francesa, que prevê que uma lei possa ser aprovada sem passar pela Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento).
Borne falou por entre gritos e apupos da oposição, com alguns deputados a cantarem trechos do hino nacional francês, "A Marselhesa".
A decisão de recorrer ao artigo em vez de votação em sessão parlamentar foi tomada após uma reunião entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, a primeira-ministra e vários ministros, confrontados com a falta de uma maioria clara na Assembleia Nacional a favor da reforma.
O Senado francês (câmara alta) tinha aprovado hoje de manhã a reforma com 193 votos a favor e 114 contra, mas a indecisão sobre o sentido de voto na Assembleia persistiu.
Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está o aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.
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