Dos 27 religiosos incluídos na lista divulgada pela Companhia de Jesus, apenas três estão vivos, noticiou a agência Efe.
A ordem observou que, na grande maioria dos casos, as denúncias tornaram-se conhecidas após a morte dos alegados autores e que algumas nunca chegaram aos tribunais.
A lista inclui dados como se os religiosos estão acusados várias vezes, além das paróquias a que pertenceram.
Os jesuítas também reconheceram que outros nomes de alegados abusadores sexuais de crianças podem surgir no futuro.
A lista foi elaborada após uma auditoria iniciada em 2020 e na qual foram revistos documentos históricos, alguns com mais de 70 anos.
Numa carta dirigida à congregação, o responsável da ordem no Canadá, Erik Oland, reconheceu que a lentidão da resposta da Igreja Católica às acusações de abuso sexual "minou a credibilidade" da instituição.
"Publicamos esta lista em parte a pedido de vítimas e grupos de defesa de vítimas para ajudá-las a curarem-se, para reconhecer a magnitude do seu trauma e sofrimento, reconhecer sua experiência e promover justiça e transparência", destacou o líder religioso.
Vários países, entre os quais Portugal, estão a investigar abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica ao longo dos anos.
Em Portugal, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica validou 512 dos 564 testemunhos recebidos, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de vítimas de cerca de 4.815.
Vinte e cinco casos foram reportados ao Ministério Público, que deram origem à abertura de 15 inquéritos, dos quais nove foram já arquivados, permanecendo seis em investigação.
Estes testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, período abrangido pelo trabalho da comissão.
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