A diplomata russa Maria Zakharova criticou duramente o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pelas declarações feitas pelo governante à imprensa italiana, acusando-o de estar a "delirar".
"Estes dias, Kuleba voltou a delirar e delirar em entrevista aos jornais italianos La Repubblica e La Stampa. Ele chamou de hipócritas os italianos que defendem a resolução do conflito com a Rússia por meio de conversas e não no campo de batalha. Na sua interpretação, esse ponto de vista nada mais é do que um desejo de derrota para o seu país e a sua inexistência - não paz, mas 'descanse em paz' no túmulo da Ucrânia", começou por escrever a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, no Telegram.
"No entanto, ele parece partilhar a opinião de que 'há sempre espaço para conversas', mas diz que não vê disposição para isso na Rússia. Uma mentira colossal, tendo em conta que é o regime que ele representa que proibiu tais negociações com a Rússia nas suas leis", criticou.
Mas a diplomata foi mais longe, comentando ainda declarações sobre o fim da Europa em caso de derrota da Ucrânia. "Um otimista. Na sua forma atual, a Europa acabou exatamente quando a União Europeia deixou Washington governar as suas instituições políticas e finalmente se rendeu à NATO", rematou.
Sublinhe-se que, numa conferência com a imprensa italiana, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia defendeu que "opor-se ao fornecimento de armas à Ucrânia com base na paz não tem nada a ver com a paz", acrescentando que "aqueles que apoiam tal posição querem que os ucranianos morram, que o Estado ucraniano deixe de existir", uma vez que Kyiv não precisa de armas para atacar, mas para se defender.
"A Rússia entenderá que a sua agressão não tem perspectivas, deve sentar-se à mesa de negociações e retirar-se da Ucrânia. Esta é uma conversa sincera sobre a paz", disse Kuleba, destacando que olhando para a guerra "nada indica que a Rússia queira negociar" e acrescentando que as negociações são possíveis, mas Moscovo deve aceitar o facto de que não pode derrotar a Ucrânia e não pode permanecer nos territórios ocupados.
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