Estado Islâmico responsável por ataque que matou 35 pessoas na RDCongo
A região este da República Democrática do Congo tem assistido a um crescimento da violência contra a população civil.
© ShutterStock
Mundo República Democrática do Congo
O Estado Islâmico reclamou responsabilidade pela morte de mais de 35 pessoas na região este da República Democrática do Congo, num ataque levado a cabo numa aldeia na região de Nord-Kivu.
Num comunicado, divulgado pela Aamaq, a agência de notícias dos militantes extremistas, e citado pela Associated Press, o grupo gaba-se de ter matado vários cristãos com armas de fogo e armas brancas, publicando ainda fotografias das habitações em chamas.
O ataque surge depois de as forças governamentais terem anunciado que pelo menos 45 pessoas foram mortas em vários ataques por parte das Forças Democráticas Aliadas (FDA), uma milícia armada com ligações ao Estado Islâmico, na semana passada.
Também na quinta-feira a Associated Press denunciou a existência de uma vala comum na aldeia de Mukondi, onde ocorreu o ataque reclamado pelo Estado Islâmico. A agência de notícias descreve um cenário de membros de uma comunidade a enterrarem os corpos, no meio de várias críticas ao governo por não fazer o suficiente para combater o terrorismo radical islâmico.
As Nações Unidas já reagiram, condenando a violência dos ataques e pedindo que a justiça haja contra os culpados.
Nos últimos anos, a violência no Congo tem aumentado, à medida que a influência do Estado Islâmico cresce numa zona muito contestada. O este do Congo, que faz fronteira com o Ruanda e com o Uganda, assiste a um conflito que dura há décadas e mais de 120 grupos armados luta pelo poder e pelos recursos da região.
Os países têm tentado chegar a um acordo através da Organização das Nações Unidas, mas uma operação realizada em conjunto pelos exércitos do Uganda e do Congo não conseguiu reduzir substancialmente a influência das forças independentistas da FDA no este do país.
A ONU acusa a FDA de vitimizar centenas de civis, com ataques que incluem agressões, violações e raptos de pessoas, incluindo de crianças. Também os Estados Unidos estão envolvidos nos incidentes, e ofereceram cinco milhões de dólares por informações que possam levar à captura de Seka Musa Baluku, o líder dos separatistas.
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