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Wall Street fecha em baixa com investidores abalados por falência de SVB

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores afetados pela falência do banco norte-americano SVB, o que secundarizou o alívio quanto a uma eventual dureza abaixo do esperado da política monetária da Reserva Federal.

Wall Street fecha em baixa com investidores abalados por falência de SVB
Notícias ao Minuto

23:35 - 10/03/23 por Lusa

Economia Mercado

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,07%, o alargado S&P500 recuou 1,45% e o tecnológico Nasdaq baixou 1,76%.

A sessão seguiu o ritmo pelas notícias sobre a instituição bancária californiana Silicon Valley Bank (SVB), cuja cotação foi suspensa antes do início do mercado.

Ao fim da manhã, a agência de garantia dos depósitos bancários (FDIC, na sigla em Inglês) anunciou que tinha assumido o controlo do banco, o que corresponde à falência deste.

Submetido a retiradas importantes de dinheiro pelos clientes, entre os quais muitas 'start-ups' (empresas emergentes de base tecnológica) e fundos de capital de risco do setor tecnológico, o SVB não conseguiu obter capital suficiente para reforçar as suas contas, esforço este que tinha sido anunciado na quarta-feira.

Em declaração feita à AFP, dirigentes do índice Nasdaq, onde o SVB estava cotado, indicaram que a intervenção da FDIC era "o equivalente a uma falência, o que justifica as ondas de choque" para o conjunto da banca.

Aquela intervenção significa que o valor das ações do SVB vai passar a zero, o que apaga a sua capitalização bolsista, que na terça-feira à noite era superior a 16 mil milhões de dólares.

Abalados por estes desenvolvimentos, vários bancos de dimensão média ou regionais sofreram hoje, com investidores desconfiados a retirarem-se das suas posições.

Entre estes bancos está o First Republic, que hoje fechou a perder 14,84%, que é o 14.º banco norte-americano, segundo o critério da dimensão dos ativos.

O perfil deste banco alimenta inquietações, uma vez que a sua clientela é composta maioritariamente por pessoas ricas e empresas, com depósitos superiores aos 250 mil dólares garantidos pela FDIC.

Também a sofrer o impacto das novidades estiveram os bancos Signature Bank, que fechou o dia em baixa de 22,87%), com atividades também na Califórnia, e o Western Alliance (recuo de 20,88%), baseado em Phoenix, no Estado do Arizona.

J+a entre as principais gestoras de ativos, a que mais sofreu de forma ostensiva foi a Charles Schwab, ao desvalorizar 11,69%, enquanto o JPMorgan Chase (+2,54%) e o Wells Fargo (+0,56%) conseguiram mesmo fechar o dia com ganhos.

"Hoje foi o segundo dia de inquietação com o setor bancário, com os investidores a discutirem se isto representa um risco sistémico", comentou Angelo Kourkafas, da Edward Jones. "A resposta provavelmente é não, mas a confiança (dos investidores) está abalada", relativizou.

Sinal de um nítido aumento de nervosismo, o índice VIX, que mede a volatilidade do mercado, subiu hoje para um nível que não se via desde há quatro meses.

Para este analista, este desenvolvimento e o indicador macroeconómico do dia "mostram que se começa a sentir o aperto monetário da Fed [Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA] sobre os mercados e a economia".

Antes da abertura da praça bolsista, o Departamento do Trabalho tinha informado a criação de 311 mil empregos em fevereiro, acima dos 225 mil esperados pelos analistas, mas também a subida da taxa de desemprego, de 3,4% em janeiro para 3,6% em fevereiro.

Entretanto, o salário médio subiu 0,2% em ermos mensais, menos do que os 0,3% previstos pelos economistas, que foi o número de janeiro.

Este quadro de uma economia dos EUA abalada pela subida da taxa de juro pela Fed deveria levar esta a renunciar a um aumento de meio ponto percentual da sua taxa de juro de referência na próxima reunião do seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), hipótese levantada esta semana pelo seu presidente, Jerome Powell.

"Se não se vir uma subida da inflação" no relatório sobre o índice de preços no consumidor em fevereiro, esperado na terça-feira, "a Fed deve manter-se no ritmo de subida de um quarto de ponto" percentual por reunião, avançou, em nota analítica, Edward Moya, da Oanda.

Esta visão de uma Fed menos agressiva do que esperado e o generalizado clima de aversão ao risco aproveitaram aos títulos de dívida. Os seus rendimentos, que evoluem em sentido contrário ao preço dos títulos, caíram.

O rendimento das obrigações do Estado federal norte-americano a 10 anos caiu para 3,68%, o mais baixo desde há cerca de um mês, dos 3,90% do fecho na véspera.

Já o dos títulos a dois anos, que tinha crescido com força até meio da semana, caiu para 4,57%, o que uma perda superior a meio ponto percentual em relação ao nível de quarta-feira, na que é uma variação raríssima neste mercado.

Leia Também: Secretária do Tesouro dos EUA convoca reguladores por causa do SVB

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