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Relatório da ONU sobre crimes de guerra? Irrelevante, diz junta birmanesa

A junta militar que controla Myanmar (antiga Birmânia) considerou "irrelevantes as recomendações" do chefe dos direitos humanos da ONU sobre possíveis crimes de guerra cometidos desde que o exército tomou o poder em 2021.

Relatório da ONU sobre crimes de guerra? Irrelevante, diz junta birmanesa
Notícias ao Minuto

07:14 - 08/03/23 por Lusa

Mundo ONU

Dois anos após o golpe que derrubou o governo civil da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, a situação é uma "catástrofe crescente", disse, na semana passada, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, acrescentando que os militares estavam a operar com "total impunidade".

Sem fôlego no terreno, o exército confia cada vez mais no poder aéreo e na artilharia para combater a oposição generalizada, com mais de 300 ataques aéreos no ano passado, incluindo em escolas e hospitais, de acordo com a ONU.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês afirmou na terça-feira que o relatório se baseava em "alegações generalizadas contra o Governo e as forças de segurança".

"Por conseguinte, Myanmar opõe-se veementemente às recomendações irrelevantes feitas pelo Alto Comissário", disse o ministério, numa declaração publicada na rede social Facebook.

A declaração acrescentava que a junta admitia que o relatório reconhecia a violência por parte de alguns dos grupos da oposição, mas apenas "ligeiramente".

Por todo o país há tumultos, com assassínios quase diários de oficiais subalternos da junta e de opositores, cujos pormenores são obscuros e a retaliação frequentemente rápida.

A junta afirmou que mais de cinco mil civis foram mortos por grupos "terroristas" desde o golpe de 01 de fevereiro de 2021.

Os esforços diplomáticos da ONU e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para desbloquear o impasse fizeram poucos progressos, com os generais a recusarem-se a falar com os opositores.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou a primeira resolução sobre a situação em Myanamar em dezembro, exortando a junta a libertar Suu Kyi e todos os "presos detidos arbitrariamente".

A China e a Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança, abstiveram-se, escolhendo, pela primeira vez, não vetar alterações ao texto.

A Índia, que tem laços estreitos com a junta, também se absteve.

De acordo com um grupo de monitorização local, mais de três mil pessoas foram mortas na repressão do exército contra os protestos.

Leia Também: Pelo menos sete civis mortos em ataques do exército a aldeias no Myanmar

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