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Advogado que inspirou documentário sobre crimes condenado a pena perpétua

Na leitura da sentença, o juiz concedeu especial destaque ao facto de Murdaugh ser "uma pessoa de uma família respeitada que tem controlado a justiça nesta comunidade por mais de um século", sublinhado tratar-se de alguém cujo retrato do avô estava exposto naquele tribunal, e que foi retirado "para assegurar um julgamento justo".

Advogado que inspirou documentário sobre crimes condenado a pena perpétua
Notícias ao Minuto

16:28 - 03/03/23 por Daniela Filipe

Mundo EUA

Depois de ter sido considerado culpado pelo assassinado da mulher e do filho, Richard ‘Alex’ Murdaugh foi, esta sexta-feira, condenado a duas penas de prisão perpétua pelos homicídios, e pela posse de armas durante um crime violento. O caso que inspirou documentários de ‘true crime’ tanto da Netflix, como da HBO, tem assolado os Estados Unidos, particularmente o estado da Carolina do Sul, onde os Murdaugh eram uma família respeitada e influente, que controlava quase totalmente a justiça da região de Lowcountry.

“Este foi, talvez, um dos casos mais perturbadores, não só para mim enquanto juiz, mas para o estado, para a equipa de defesa, e para todos os cidadãos desta comunidade e estado”, começou por dizer o juiz Clifton Newman, antes de proferir a sentença.

Newman concedeu especial destaque ao facto de Murdaugh ser “uma pessoa de uma família respeitada que tem controlado a justiça nesta comunidade por mais de um século”, sublinhado tratar-se de alguém cujo retrato do avô estava exposto naquele tribunal, e que foi retirado “para assegurar um julgamento justo”.

Sei que tem de ver Paul e Maggie durante a noite quando tenta dormir. Tenho a certeza de que o visitam”, complementou, tendo Murdaugh assentido que isso acontece “todas as noites”.

Ainda antes da leitura da sentença, o antigo advogado, de 54 anos, reiterou ser inocente, sublinhado que nunca magoaria a sua mulher, Maggie, de 52 anos, nem o filho mais novo, Paul, de 22 anos, que foram assassinados na propriedade da família, na tarde do dia 7 de junho de 2021.

Contudo, Newman equacionou que o autor dos homicídios poderá ter sido “o monstro que se tornava” quando estava sob a influência de opioides.

A pessoa diante de mim não foi a pessoa que cometeu o crime, ainda que seja o mesmo indivíduo”, acrescentou.

Apesar de ter proclamado a sua inocência, Murdaugh admitiu ter mentido quanto ao álibi que apresentou na altura do assassinato da mulher e do filho, tendo sido ouvido em gravações que ocorreram minutos antes, e de ter cometido diversos crimes financeiros. Na verdade, o homem terá roubado milhares de dólares da firma da sua família e de clientes, que usava para alimentar o seu estilo de vida dispendioso e o seu vício em opioides.

O juiz declarou ainda que este caso qualificar-se-ia para a pena de morte mas, ao refletir sobre o passado da família Murdaugh e no número de pessoas que, “por muito menos”, a receberam às suas mãos, optou por outra via.

“Quando é que terminará? E já terminou com o júri, porque concluíram que continua a mentir e mentiu durante o seu testemunho”, atirou.

De notar que, durante a condenação, a defesa tentou 'pintar' Murdaugh como um homem de família que, apesar de tudo, nunca magoaria a mulher e o filho. Procurou, por isso, apresentar teorias de que alguém poderia ter querido vingar-se de Paul pela morte de Mallory Beach, em 2019, num acidente de barco, que era conduzido pelo jovem alcoolizado.

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