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Partido radicais e populistas abstêm-se em resoluções sobre Rússia no PE

Alguns dos partidos com políticas populistas ou radicais no Parlamento Europeu (UE) votam contra ou abstêm-se em resoluções críticas da Rússia com mais frequência, segundo um levantamento realizado pelo Novaya Gazeta-Europe, publicado hoje no portal euobserver.

Partido radicais e populistas abstêm-se em resoluções sobre Rússia no PE
Notícias ao Minuto

13:05 - 03/03/23 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

Entre os partidos da direita à esquerda que votam contra ou se abstêm em resoluções contra a Rússia estão o Reunião Nacional, de França, a Alternativa para a Alemanha (AfD), o Syriza, da Grécia, assim como o Partido Comunista Português, entre outros.

Um comité especial do Parlamento Europeu descreveu recentemente os métodos do Kremlin de interferir nos processos democráticos na União Europeia (UE) em março passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, referiu o Novaya Gazeta-Europe.

Um dos alvos dos esforços do Kremlin é o Parlamento Europeu, disse o comité no relatório de março passado, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O Novaya Gazeta-Europe recolheu dados com base nos resultados das votações no Parlamento Europeu nos últimos quatro anos para fazer uma análise sobre esta questão.

A atual legislatura do Parlamento Europeu está ativa desde 2019. Desde então até janeiro de 2023, os seus membros votaram um total de 22 resoluções diretamente relacionadas com as violações dos direitos humanos do Kremlin, a guerra da Ucrânia ou as sanções contra a Rússia.

Após 24 de fevereiro de 2022, 10 das 12 resoluções adotadas foram sobre a guerra na Ucrânia e as suas consequências.

Dos 705 membros do Parlamento Europeu, uma média de 531 (75 por cento) apoiou as resoluções antirrussas analisadas e uma média de pouco mais de 40 (6%) votou contra, e a mesma proporção (6%) optou pela abstenção.

Além de escolher entre essas três opções, um deputado também pode simplesmente não participar na votação por não comparecer a uma sessão ou "apertar o botão", deixando sua posição não revelada. No pacote total obtido, apenas 4,3% dos deputados utilizaram estes dois métodos entre 2019-2022.

No entanto, o peso de cada um destes partidos é diferente. Em primeiro lugar, depende de quantos assentos têm no Parlamento Europeu e em segundo, a característica mais importante é o quanto os eurodeputados estão dispostos a apoiar os interesses de Moscovo.

Por exemplo, alguns votam abertamente contra as resoluções, enquanto outros usam uma abordagem mais cautelosa e preferem abster-se ou não votar.

A partir desta perspetiva, os partidos Reunião Nacional e AfD são os mais úteis para o Kremlin, pois possuem em conjunto 28 assentos no Parlamento Europeu e os seus deputados frequentemente votam claramente "contra" as resoluções contra a Rússia.

Embora depois de 24 de fevereiro, a líder do partido de extrema-direita Reunião Nacional, Marine Le Pen, tenha condenado a agressão da Rússia durante a sua campanha presidencial e até destruído folhetos de campanha que mostravam a sua foto com Putin, a nível europeu, os eurodeputados do seu partido votam mais pelos interesses de Moscovo do que outros.

Os eurodeputados do partido de extrema-direita alemã AfD costumavam votar em solidariedade com a posição do Kremlin com ainda mais frequência do que seus colegas franceses antes da guerra.

A invasão russa da Ucrânia influenciou o comportamento dos representantes do AfD a nível nacional, pois o número de "Putinverstehers" ["colaboradores de Putin" em alemão], pelo menos os retóricos, diminuiu nos primeiros meses da guerra. Mas, a nível europeu, todos os eurodeputados da AfD não apoiaram as resoluções antirrussas várias vezes depois de 24 de fevereiro.

Há também um grupo de eurodeputados "úteis" para o Kremlin, segundo o Novaya Gazeta-Europe, entre membros de partidos menores.

Dois eurodeputados do Partido Comunista da Grécia e do Partido Comunista Português [João Pimenta e Sandra Pereira] quase sempre votam contra ou se abstêm em relação às resoluções antirrussas.

Os eurodeputados do Syriza, de extrema-esquerda, da Grécia; e do Partido da Liberdade, de extrema-direita, da Áustria, agem com raramente votam abertamente "contra" as resoluções antirrussas, mas abstêm-se frequentemente.

Entre que mais frequentes abstêm-se estão os deputados do Lei e Justiça (PiS), atualmente o partido no poder na Polónia. Antes da invasão da Ucrânia, eurodeputados do partido governista da Hungria, Fidesz, e do maior partido de direita da Itália, Liga, também preferiam se abster de votar em proposições antirrussas.

Os fundadores desses dois partidos, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o ministro das Infraestruturas italiano, Matteo Salvini, são frequentemente acusados de manter laços informais com o Kremlin.

No entanto, nem todos os que frequentemente votam contra as resoluções anti-guerra e anti-Kremlin podem ser automaticamente considerados eurodeputados "pró-Putin".

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