Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 13º MÁX 24º

Colonos israelitas. Autoridade Palestiniana apela à "resistência popular"

A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) apelou hoje à "resistência popular contra a opressão dos colonos" israelitas na Cisjordânia ocupada, após os incidentes do fim de semana passado que provocaram um morto e centenas de feridos.

Colonos israelitas. Autoridade Palestiniana apela à "resistência popular"
Notícias ao Minuto

18:20 - 01/03/23 por Lusa

Mundo Cisjordânia

O apelo surge na sequência das declarações do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, colono e elemento de um partido de extrema-direita, que pediu hoje a aniquilação de Huwara, a localidade palestiniana mais afetada pelo ataque perpetrado por colonos israelitas no passado fim de semana, o maior em décadas.

"Chegou o momento de enfrentar, através da resistência popular, a opressão dos colonos, sendo urgente a criação de comités de proteção nas aldeias, cidades e campos de refugiados", disse o primeiro-ministro da ANP, Mohamed Stayeh, durante uma visita a Huwara.

Perto de 400 colonos israelitas, armados com facas, paus, pedras e até armas de fogo, atacaram no domingo as localidades palestinianas de Huwara, Burin, Zatara, Odala e Asira al Qabaliyya, provocando a morte de um palestiniano, ferimentos em mais de 300 e elevados danos materiais. Pelo menos 75 casas e mais de 100 automóveis foram incendiados.

"É uma extensão da rede criminosa israelita nas cidades de Nablus, Jenin, Jerusalém e Jericó, já que os colonos são uma ferramenta executiva para os crimes da ocupação, sob a proteção das forças militares", defendeu Stayeh.

Delegações da ONU e dos Estados Unidos visitaram na terça-feira o local e uma representação da União Europeia (UE) irá deslocar-se à zona na sexta-feira, segundo indicou o primeiro-ministro palestiniano.

Os colonos decidiram atacar as localidades no norte da Cisjordânia em retaliação ao assassínio, horas antes, de dois jovens colonos por um palestiniano numa estrada perto de Huwara.

Ao expressar o seu choque perante os acontecimentos, a comunidade internacional pediu às partes para que responsabilizem os culpados dos incidentes e que reduzam as tensões.

No entanto, numa posição em contra-corrente, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, pediu hoje a "aniquilação" de Huwara.

"Acho que o povo de Huwara deveria ser aniquilado", disse o ministro, também com um cargo no Ministério da Defesa de Israel que lhe dá a responsabilidade pelos assuntos civis na Cisjordânia.

Com uma posição contrária, o chefe do Comando Central do Exército de Israel, Yehuda Fuchs, disse que os colonos cometeram uma perseguição deliberada, admitindo tratar-se de um "incidente vergonhoso" que as tropas israelitas não conseguiram conter.

Até agora, a Cisjordânia viveu o início de ano mais violento em 23 anos, com 63 palestinianos mortos. Do lado israelita, estão contabilizadas 14 mortes.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967.

Leia Também: Israelita morto a tiro após novo ataque na Cisjordânia ocupada

Recomendados para si

;
Campo obrigatório