Rússia apoiará Índia no G20 para evitar fragmentação da economia global

A Rússia garantiu hoje que dará todo o apoio à Índia para cumprir o compromisso de tentar evitar a fragmentação da economia global, indicou hoje a embaixada russa em Nova Deli.

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Lusa
01/03/2023 15:31 ‧ 01/03/2023 por Lusa

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Índia

A declaração da Rússia surge na véspera de Nova Deli, uma das poucas capitais que não se distanciou de Moscovo na sequência da invasão russa da Ucrânia, acolher, quinta-feira, a primeira reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo dos 20 países mais industrializados do mundo, conhecido por G20.

"Apoiamos a presidência indiana do G20 no compromisso de promover uma agenda unificadora que restaure a confiança na diplomacia multilateral e evite a fragmentação da economia global", indicou a embaixada russa, num comunicado.

A reunião dos chefes da diplomacia do G20 em Nova Deli conta com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e o conflito na Ucrânia vai ocupar um espaço central nas discussões.

A Presidência do G20 da Índia também espera que questões como a segurança alimentar e energética ou o terrorismo também possam ser abordadas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros.

Segundo o comunicado da missão diplomática russa em Nova Deli, a Rússia está disposta a "afirmar claramente" as avaliações "sobre a atual situação de segurança, energia e alimentação", além de apresentar "um quadro factual imparcial" do terrorismo em relação ao bombardeamento do gasoduto Nord Stream numa área da responsabilidade da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

A Rússia -- prossegue-se no documento -- também pretende denunciar as "barreiras destrutivas que o Ocidente está a multiplicar exponencialmente para bloquear a exportação de bens de importância crítica para a economia global, incluindo fontes de energia e produtos agrícolas".

Até agora, a Índia não condenou a invasão russa da Ucrânia, considerando-se "neutra" no conflito e mantendo relações estreitas com os Estados Unidos e respetivos aliados ocidentais.

Hoje, em Nova Deli, ao discursar na cerimónia de abertura da exposição León Tolstoi/Mahatma Gandhi, Lavrov destacou as "posições próximas" de Moscovo e de Nova Deli, uma vez que ambas "se opõem consistentemente a práticas neocoloniais, como as sanções unilaterais ilegítimas, as ameaças, as chantagens e outros tipos de pressão sobre Estados soberanos".

Na reunião dos chefes da diplomacia do G20 participarão também os responsáveis por essa pasta dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da China, Qin Gang.

 A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.101 civis mortos e 13.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia acusa Ocidente de desestabilizar G20 por causa da Ucrânia

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