O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, considerou, na quarta-feira, que a guerra na Ucrânia poderá durar mais um ano. Em entrevista à rádio britânica LBC, o ministro afirmou, no entanto, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falhou os seus objetivos.
Na véspera do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, o ministro britânico foi questionado sobre se dentro de 12 meses ainda se estaria a discutir a guerra. “Penso que sim”, respondeu.
“Penso que a Rússia demonstrou um total desrespeito, não só pela vida do povo da Ucrânia, mas também pelos seus próprios soldados”, afirmou Wallace, acrescentando que “188 mil soldados russos morreram ou ficaram feridos na consequência de um catastrófico erro de cálculo e agressão do presidente Putin”.
Na ótica do ministro britânico, Putin “não vai parar” porque já “ultrapassou a linha em que pensa que não há problema” em prejudicar o próprio povo e “está a gerir eficazmente um moedor de carne para um exército”.
Wallace defendeu que “o exército russo não consegue fazer mais nada ou fazer muito mais” na Ucrânia. “Penso que a sua ambição [de Putin], no passado 24 de fevereiro, era capturar oito objetivos principais, todas as grandes cidades em três semanas, Kyiv em três dias, e tudo terminaria”.
No entanto, a “ofensiva de três dias transformou-se numa ofensiva de 365 dias e [a Rússia] ainda não capturou nem manteve um único objetivo”. “O único objetivo que ele capturou foi Kherson, que teve então de deixar há alguns meses”, sublinhou.
Um ano após a guerra, o objetivo de uma Ucrânia “ocupada, invadida e totalmente controlada falhou” e Vladimir Putin “falhou a longo prazo”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: AO MINUTO: Ocidente tenta "confundir as pessoas"; Sanchéz em Kyiv