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O que são os colonatos israelitas nos territórios palestinianos?

O Estado hebraico anunciou domingo que iria legalizar nove novos colonatos considerados "selvagens", logo ilegais, na Cisjordânia ocupada, decisão que suscitou críticas e inquietações internacionais, posteriormente desdramatizadas por Israel.

O que são os colonatos israelitas nos territórios palestinianos?
Notícias ao Minuto

14:10 - 15/02/23 por Lusa

Mundo Estado hebraico

A agência noticiosa France-Presse (AFP) fez um levantamento da situação, em que procura indicar quantos e quem são os colonos israelitas nos territórios ocupados por Israel e o que são o que define como "colonatos selvagens".

Quantos são os colonos israelitas? 

Cerca de 475.000 israelitas residem em colonatos na Cisjordânia, território palestiniano ocupado desde 1967, onde vivem 2,9 milhões de palestinianos.

Em Jerusalém Leste, setor palestiniano ocupado desde 1967 e depois ocupado por Israel, onde vivem mais de 360.000 palestinianos, que defendem que a parte dessa cidade se torne a capital do Estado por que anseiam.

Embora essa coexistência seja muitas vezes conflituosa, dezenas de milhares de palestinianos vão diariamente trabalhar em Israel ou nos colonatos, muitas vezes atraídos por salários mais altos.

A colonização, considerada por grande parte da comunidade internacional como um dos principais obstáculos para a solução do conflito israelo-palestiniano, continuou ao longo de todos os Governos de Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, mas aumentou sob os vários regimes liderados pelo novamente atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Todos os colonatos israelitas são ilegais à luz da lei internacional.

Quem são os colonos? 

Muitos colonos israelitas estabeleceram-se na Cisjordânia e em Jerusalém Leste na procura de moradias mais baratas do que em território de Israel. O Governo dá incentivos a quem se estabeleça nesses colonatos, que, aos poucos, se têm tornado em verdadeiras cidades, como Ariel, Maale ou Adoumim, e, em particular, em Beitar Illit e Modiin Illit, destinadas especialmente a albergar judeus ultraortodoxos.

Para muitos judeus nacionalistas religiosos, viver nas terras bíblicas da Judeia e Samaria (o nome israelita para a Cisjordânia) é o "cumprimento de uma promessa divina".

Centenas deles vivem perto do Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, local sagrado para judeus e muçulmanos e um dos focos de violência entre israelitas e palestinianos.

O que são colonatos selvagens?

Variando em tamanho, de simples tendas a edifícios pré-fabricados ligados às redes de água e eletricidade, os "postos avançados dos colonatos", tal como a ONU os considera, foram estabelecidos sem a aprovação das autoridades israelitas.

Domingo, Israel anunciou que vai legalizar nove desses colonatos na Cisjordânia em resposta aos ataques a Jerusalém Oriental, que provocaram dezenas de mortos.

Esses colonatos, alguns dos quais existem há anos, situam-se principalmente nas áreas de Hebron (sul), Nablus (norte) e no vale do Jordão.

O Governo israelita também anunciou que irá construir novas habitações nos colonatos já existentes, mas não especificou o número ou localização.

A organização israelita "Peace Now", que se opõe à ocupação e à criação de novos colonatos, criticou a política de "anexação desenfreada", enquanto Washington, Berlim, Paris, Roma e Londres manifestaram "firme oposição" às novas legalizações.

"Trata-se de ações unilaterais que apenas aumentam as tensões entre israelitas e palestinianos e que minam os esforços para alcançar uma solução negociada de dois Estados", denunciaram os Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

Como veem os palestinianos os colonatos israelitas? 

Os palestinianos veem os colonatos israelitas como um "crime de guerra" e, consequentemente, um "grande obstáculo à paz".

Defendem a retirada dos israelitas de todas as terras que ocuparam desde a guerra de 1967 e o desmantelamento de todos os colonatos, embora tenham aceitado o princípio de pequenas trocas territoriais limitadas, iguais em tamanho e valor.

Por seu lado, Israel descarta o regresso às fronteiras anteriores a 1967, mas diz estar pronto para se retirar de certas partes da Cisjordânia, ao mesmo tempo que anexa e abriga cada vez maiores áreas dos colonatos já ocupados, para acolher a grande maioria de novos colonos.

Em janeiro passado, o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, reiterou o desejo de "fortalecer os colonatos", sem demonstrar qualquer vontade de relançar as negociações de paz, paralisadas desde 2014.

Leia Também: Perspectivas de paz "continuam a diminuir" na Ucrânia e Palestina

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