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Xi Jinping elogia "solidariedade" entre China e Irão em mundo "complexo"

O Presidente chinês, Xi Jinping, elogiou hoje a "solidariedade" entre a China e o Irão, ao dar as boas-vindas em Pequim ao seu homólogo iraniano, Ebrahim Raissi, que iniciou uma visita oficial de três dias ao país asiático.

Xi Jinping elogia "solidariedade" entre China e Irão em mundo "complexo"
Notícias ao Minuto

15:37 - 14/02/23 por Lusa

Mundo China

"Diante da situação complexa provocada pelas mudanças no mundo, dos tempos e da História, a China e o Irão apoiam-se, demonstram a sua solidariedade e a sua cooperação", afirmou Xi, citado pela televisão estatal chinesa CCTV.

"A China apoia o Irão na salvaguarda da sua soberania nacional, independência, integridade territorial e dignidade nacional (...). A China apoia o Irão na resistência ao unilateralismo e à intimidação, opõe-se a forças estrangeiras que interferem nos assuntos internos do Irão e minam a segurança e a estabilidade do Irão", declarou ainda o líder chinês, ao dirigir-se a Ebrahim Raissi.

Esta é a primeira visita de Estado de um Presidente iraniano à China em mais de 20 anos.

Ebrahim Raissi, que viajou para Pequim com uma grande delegação com uma forte componente económica e comercial, foi recebido por Xi Jinping no Grande Palácio do Povo, próximo da Praça da Paz Celestial.

Após ouvirem os hinos dos respetivos países, os dois dirigentes passaram em revista a guarda de honra chinesa ao som de música militar.

Os dois países estão a enfrentar fortes pressões do Ocidente, em particular devido à posição assumida em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O regime de Teerão já está a sofrer sanções dos Estados Unidos devido ao seu controverso programa nuclear.

O Irão está entre os países que ofereceram apoio à Rússia, cujo isolamento diplomático tem vindo a crescer desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Os países ocidentais acusam o Irão de fornecer a Moscovo 'drones' (aeronaves não tripuladas) militares armados que seriam usados na Ucrânia, situação que Teerão nega.

A invasão russa da Ucrânia é uma questão embaraçosa para Pequim, porque Moscovo é um dos seus parceiros estratégicos.

A China pede respeito pela soberania dos Estados, mas ao mesmo tempo pede que as preocupações de segurança da Rússia sejam levadas em consideração.

Os dois países também assinaram hoje vários acordos de cooperação bilateral nas áreas de agricultura, comércio, turismo, proteção ambiental, saúde, socorro a desastres, cultura e desportos, segundo a CCTV.

Durante a visita, Ebrahim Raissi também terá encontros com empresários chineses e cidadãos iranianos residentes na China, segundo a agência de notícias oficial iraniana Irna.

Pequim assinou em 2021 um vasto acordo estratégico de 25 anos com Teerão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como energia, segurança, infraestruturas e comunicações.

A China é o maior parceiro comercial do Irão, de acordo com a agência de notícias Irna, que cita estatísticas das autoridades alfandegárias iranianas ao longo de 10 meses.

Neste período, os iranianos exportaram para a China 12,6 mil milhões de dólares (11,7 mil milhões de euros) em mercadorias e importaram 12,7 mil milhões de dólares (11,8 mil milhões de euros) de produtos chineses.

Pequim é um dos membros do grupo de diálogo que pretende relançar as negociações do acordo nuclear de 2015 entre o Irão e seis grandes potências (China, Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido), bem como a União Europeia (UE).

Estas negociações, retomadas em abril de 2021 em Viena, agora estão suspensas.

O diplomata Ali Bagheri, que supervisionou estas negociações para o Irão, está a acompanhar Ebrahim Raissi na China.

Em 2018, a administração do ex-Presidente norte-americano Donald Trump abandonou o acordo e reimpôs pesadas sanções a Teerão, que um ano depois respondeu com a aceleração dos seus esforços nucleares e o enriquecimento de urânio.

Esta visita do Presidente iraniano à China acontece quando o Irão está a viver uma vaga de protestos antigovernamentais, desencadeada pela morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que estava sob a custódia da chamada polícia de costumes após ter sido detida por supostamente estar a usar o véu islâmico de forma incorreta.

Leia Também: Balões dos EUA sobrevoaram China e mais países? "Não negam completamente"

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