A informação surgiu dias após o mais recente ataque russo com mísseis e 'drones' registado na passada sexta-feira.
O operador da rede elétrica explicou que a melhoria da situação foi motivada pela finalização dos trabalhos de reparação de várias centrais de energia térmica danificadas em anteriores ataques.
O aumento da produção nas centrais hidroelétricas e os dias mais longos também contribuíram para a melhoria no abastecimento, para além do aumento da energia a partir de fontes renováveis e a importação de eletricidade da Eslováquia, acrescentou a Ukrenergo.
No entanto, a empresa advertiu sobre a possibilidade de interrupções no fornecimento em Kiev e outras regiões do centro do país, e especificou que as reparações dos danos provocados pelos ataques ainda prosseguem.
Mantêm-se ainda restrições em Odessa (sul), através de cortes planificados de luz, após ter sido danificado o sistema de transmissão.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou hoje que necessita de "milhares" de geradores suplementares após o mais recente e massivo ataque russo dirigido a infraestruturas energéticas na Ucrânia.
"Necessitamos de mais, de vários milhares. Recebemos cerca de 1.000 [geradores] mas temos 500 creches, 500 escolas" na capital ucraniana, afirmou em declarações à agência noticiosa AFP.
Segundo referiu, Kiev está hoje "mais bem preparada contra os ataques russos, contra os mísseis russos e os 'drones' que há alguns meses", mas "ainda inquieta pela eletricidade e o aquecimento".
Desde outubro passado, e após diversos reveses no terreno, Moscovo tem atingido com frequência infraestruturas ucranianas consideradas "essenciais", afetando milhões de habitantes em pleno inverno.
Segundo as autoridades ucranianas, o último ataque massivo, na passada sexta-feira, consistiu nuca salva de 71 mísseis de cruzeiro e 'drones' suicidas que atingiram designadamente Zaporijia (sul), Kharkiv (nordeste) e Khmelnytskyi (oeste).
Segundo Vitali Klitschko, "foram abatidos dez mísseis" nos céus de Kiev, mas registaram-se "danos na rede elétrica".
"Tenho confiança nos meus funcionários. Trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana. Não é tarefa fácil, mas os nossos serviços camarários funcionam bem", declarou à AFP.
"Permanece a resistência na linha da frente e a resistência no interior, sobretudo em Kiev, a capital (...). Em vez de estarem deprimidas, as pessoas dizem 'é melhor sem eletricidade e água que com soldados russos'", adiantou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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