Num encontro em Washington, Luiz Inácio Lula da Silva e Bernie Sanders, um dos principais líderes da esquerda norte-americana, abordaram a "necessidade de fortalecer os fundamentos democráticos, não só no Brasil e nos Estados Unidos da América (EUA), como em todo o mundo", disse o Democrata a jornalistas no final da reunião.
Já Lula da Silva recorreu à rede social Twitter para indicar que, apesar de já ter conversado de forma virtual com Sanders em outras ocasiões, teve hoje o "prazer de o conhecer ao vivo", num encontro em que abordaram a "democracia, movimento sindical e melhores direitos e empregos para trabalhadores".
Sobre esses últimos dois temas, Sanders afirmou ser necessário que as "economias da América Latina e dos EUA trabalhem para os trabalhadores, não apenas para bilionários".
"Outra coisa muito importante é o clima. O futuro da Amazónia vai determinar se vamos conseguir salvar o planeta ou não. E os EUA têm de fazer tudo o que puderem para acabar com a desflorestação e proteger a Amazónia", disse o senador democrata, citado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Além de Sanders, Lula da Silva encontrou-se também com congressistas democratas, entre eles, Alexandria Ocasio-Cortez, e reuniu-se de seguida com representantes da Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), a maior organização trabalhista dos Estados Unidos.
Aproveitando a presença de Lula da Silva em Washington, manifestantes contra e a favor do Presidente protestaram nas imediações da Casa Branca, exibindo cartazes e usando megafones para se fazerem ouvir.
Lula da Silva viajou na quinta-feira para Washington, mas a sua agenda oficial começou hoje, com o encontro com o senador Bernie Sanders, seguindo-se reuniões com outros congressistas do partido Democrata e com um grupo de sindicalistas, ao que se seguirá o encontro com Biden na Casa Branca.
Um dos principais pontos da agenda é o facto de o Brasil e EUA enfrentarem desafios semelhantes ligados à radicalização política e ao discurso de ódio no espaço virtual, pelo que será umas das abordagens nesta que é a primeira visita de Lula da Silva a Washington desde que assumiu o seu terceiro mandato, em janeiro.
Em ambos os países, a extrema-direita radical tem mostrado a sua face mais violenta através de ataques levados a cabo em Washington e em Brasília.
Em 06 de janeiro de 2021, poucos dias antes da tomada de posse de Biden, apoiantes do ex-presidente norte-americano Donald Trump invadiram o Capitólio numa tentativa de impedir a certificação da vitória do democrata.
Já em 08 de janeiro deste ano, foram os apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro que atacaram os três poderes em Brasília, na tentativa de provocar um golpe contra Lula da Silva, que havia tomado posse no primeiro dia do ano.
[Notícia atualizada às 19h42]
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