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Oposição cabo-verdiana pede mais para resolver "sufoco" das famílias

O maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV) pediu esta quinta-feira mais ao governo para resolver o "sufoco" das famílias por causa do aumento dos preços, enquanto o MpD (no poder) considerou que, mesmo com as crises, houve estabilização dos preços.

Oposição cabo-verdiana pede mais para resolver "sufoco" das famílias
Notícias ao Minuto

13:01 - 09/02/23 por Ricardino Pedro

Mundo Cabo Verde

Numa declaração política no arranque do segundo dia da sessão plenária de fevereiro, o deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) António Fernandes começou por lembrar que o país não escapou às ocorrências do contexto económico dos parceiros, mas notou "desajustamento" das medidas em relação aos rendimentos das famílias.

Mesmo com previsão de crescimento para 2022 na ordem dos 15%, o parlamentar eleito pela região de Santiago Norte constatou que há famílias cabo-verdianas que continuam a viver "profundamente sufocadas" pelo aumento generalizado dos preços dos produtos de primeira necessidade, com uma inflação a 8% em 2022.

"Um Governo que, mesmo com esse nível de crescimento, não foi capaz de distribuir o rendimento, pela via de aumento salarial, generalizado aos trabalhadores, como forma de acomodar minimamente o poder de compra das famílias, não é, seguramente, um Governo sensível aos problemas das famílias e das pessoas", lamentou António Fernandes.

O deputado criticou ainda o "Governo gordo e inflacionado" liderado por Ulisses Correia e Silva e apontou "limitações" e falta de diagnóstico na Estratégia Nacional para Erradicação da Pobreza Extrema (ENEPE 2022-2026), apresentado numa altura em que deu conta de pessoas a passarem fome no arquipélago.

Neste sentido, o maior partido da oposição pediu ao Governo para fazer mais para promover o aumento de rendimento nas famílias e resolver o "sufoco" das famílias cabo-verdianas.

A deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), também oposição, Zilda Oliveira, disse que é visível o aumento da pobreza, do número de pessoas em situação de insegurança alimentar, de pessoas a pedir e de crianças nas ruas.

Dizendo estar consciente que o aumento de preços de produtos a nível internacional acabou por acontecer também em Cabo Verde, a deputada eleita por São Vicente constatou que foram tomadas algumas medidas, mas considera igualmente que foram insuficientes, notando que o aumento dos preços dos produtos tem sido contínuo.

Em resposta, o deputado do Movimento para a Democracia (MpD), que suporta o Governo, Celso Ribeiro disse que o PAICV apresentou "algum realismo" na parte inicial da sua declaração política, mas afirmou que não concorda com a questão da inflação, explicando que, quando esta é pelo lado da oferta, influencia toda a cadeia de distribuição.

"Os cabo-verdianos tiveram sorte de, nesta conjuntura, ter tido um Governo que tem elaborado orçamentos que têm tido como centro cabo-verdianos e as famílias cabo-verdianas", enfatizou o deputado também eleito pelo círculo de Santiago Norte.

Para Celso Ribeiro, mesmo com todas as crises, o Governo conseguiu estabilizar os preços, distribui rendimentos às famílias, e caso não tivesse tomado medidas, a inflação seria de 13%.

"Hoje temos retoma do turismo, temos crescimento, porque apostamos na salvação de vida, apostamos na preservação de postos de trabalho e na distribuição de rendimentos", mostrou o deputado, lembrando que o Governo mitigou as consequências das sucessivas crises, conseguindo ultrapassá-los "de forma decente".

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