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Prazo para eleições na Irlanda do Norte prolongado até 2024
O prazo para a convocação de eleições regionais na Irlanda do Norte caso não seja formado um governo autónomo foi adiado para janeiro de 2024, anunciou esta quinta-feira o governo britânico.
© iStock
Mundo Irlanda do Norte
Numa declaração escrita ao parlamento, o ministro para a Irlanda do Norte, Chris Heaton-Harris, disse que será introduzida legislação nesse sentido após ter concluído que "uma nova eleição neste momento não é a melhor via para facilitar a restauração do executivo".
Se os partidos "não conseguirem formar um executivo antes de 19 de janeiro de 2024, eu voltarei a ter o dever de realizar uma eleição para a assembleia no prazo de 12 semanas", referiu o ministro.
O último prazo passou a 20 de janeiro, mas Chris Heaton-Harris disse que iria refletir antes de tomar uma decisão sobre o que fazer, tendo entretanto consultado "representantes políticos, empresas e comunidades na Irlanda do Norte".
A formação de um executivo e da assembleia regionais da província britânica está a ser bloqueada pelo Partido Democrata Unionista (DUP) para pressionar Londres e Bruxelas a alterarem o estatuto comercial pós-'Brexit' (pós saída britânica da União Europeia) do território.
Os unionistas, leais à coroa britânica, exigem uma alteração fundamental do Protocolo da Irlanda do Norte, criado para evitar uma fronteira física com a República da Irlanda, país membro da União Europeia (UE), a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e o bloco europeu.
O DUP receia que as novas regras, como controlos aduaneiros e burocracia adicionais sobre as mercadorias que circulam do Reino Unido para a Irlanda do Norte, afastem a região do resto do país.
Em maio, as eleições regionais resultaram numa vitória, pela primeira vez, do rival Sinn Féin, mas como o governo da Irlanda do Norte funciona num modelo de partilha de poder, não pode ser constituído sem o DUP, o segundo partido mais votado.
Nas últimas semanas foram alcançados avanços nas negociações entre Reino Unido e UE, o que aumentou a especulação sobre um possível entendimento nos próximos meses.
O jornal The Times relatou que as duas partes tinham feito progressos significativos em matéria de controlos aduaneiros e do papel de supervisor do Tribunal de Justiça da UE, mas o Governo britânico não confirmou a notícia.
Para romper o impasse que dura desde 2021, um acordo terá de passar pelo DUP e pelos numerosos deputados eurocéticos do Partido Conservador.
Leia Também: Tribunal Supremo confirma legalidade de Protocolo da Irlanda do Norte
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