Redes sociais e 'apps' de mensagens são aliados do tráfico de migrantes

As redes sociais e as aplicações de mensagens tornaram-se importantes ferramentas para o tráfico de migrantes na América Central, México e República Dominicana, revela hoje um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

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Lusa
08/02/2023 00:00 ‧ 08/02/2023 por Lusa

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De acordo com este estudo, a tecnologia digital tornou mais fácil para os contrabandistas de migrantes trocarem dinheiro, bens e informações para realizarem atividades ilegais.

A maioria destas atividades ocorre em serviços e aplicações comuns e não na 'dark web', a versão clandestina da Internet, destaca a organização.

"Na região da América Central, México e República Dominicana, a maior parte do tráfico ilícito acontece em redes sociais e aplicações de mensagens instantâneas como o WhatsApp ou Telegram, que oferecem uma ligação mais rápida e fácil em comparação com a 'dark web'", alerta a OIM numa das conclusões do estudo.

Os traficantes utilizam redes sociais e plataformas de vídeo para promover os seus serviços, partilhando vídeos curtos sobre o sucesso de suas operações, sublinha o organismo no relatório.

No documento é ainda denunciado que as redes sociais desempenham um papel fundamental na ligação entre migrantes e traficantes, permitindo a interação e a troca de informação, enquanto as tecnologias de mensagens instantâneas e geolocalização em tempo real facilitam o planeamento e execução da viagem.

A OIM entrevistou 531 migrantes em trânsito na região para o estudo, 64% dos quais tiveram acesso a um smartphone e à Internet durante a viagem.

Os resultados mostram que os migrantes com idades entre os 26 e os 35 anos são os que mais utilizam estas tecnologias durante a viagem, enquanto os maiores de 46 anos dificilmente as utilizam.

No geral, 64% dos entrevistados tiveram um telemóvel e acesso à Internet durante a viagem.

Embora o estudo destaque os desafios que as autoridades enfrentam para responder a este cenário em mudança, como recursos e capacidades limitadas no terreno e lacunas nas estruturas legais, também reconhece o potencial da tecnologia da informação e da comunicação como ferramenta para combater atividades criminosas relacionadas com a violação de direitos humanos e o tráfico de migrantes, destaca a OIM.

Além disso, o estudo aponta que as tecnologias de informação e comunicação podem desempenhar um papel importante para a promoção da autonomia nos migrantes e para garantir o acesso a informações verificadas em todas as etapas do ciclo migratório.

"Acreditamos que a informação desenvolvida no estudo ajudará os políticos na América Central, México e República Dominicana a estabelecer linhas de ação sobre os recursos e capacidades a desenvolver para lutar de forma coordenada e eficaz contra o tráfico ilícito de migrantes, garantindo a proteção e o bem-estar dos migrantes", destacou uma das responsáveis do Programa Regional de Migração da OIM, Melanie Gómez.

Leia Também: Migrações. 1.901 mortos em 2022 a tentar chegar a Espanha desde África

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