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Turquia. ACNUR sublinha que epicentro do sismo foi em zona de refugiados

O sismo que abalou o sul da Turquia e a vizinha Síria atingiu uma região que acolhia milhões de refugiados, que se encontravam já numa situação desesperada.

Turquia. ACNUR sublinha que epicentro do sismo foi em zona de refugiados
Notícias ao Minuto

17:09 - 07/02/23 por Lusa

Mundo Sismo

"Não sabemos o número exato de refugiados afetados, e pode acontecer que só saibamos daqui a alguns dias, mas tememos que o número seja elevado, dado que o epicentro do sismo se registou perto de zonas de forte concentração de refugiados", advertiu, esta segunda-feira, o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

Algumas dessas regiões são de difícil acesso, o que complica a avaliação da verdadeira dimensão dos danos e do número de vítimas.

A Turquia acolhe mais de 3,5 milhões de refugiados sírios que fugiram à guerra no seu país, quase metade dos quais são crianças.

Nas dez províncias turcas atingidas, mais de 1,7 milhões dos 15 milhões de habitantes são refugiados sírios.

Segundo Philippe Leclerc, representante do ACNUR na Turquia, na província de Kilis, uma pessoa em cada duas é um refugiado sírio, e em Gaziantep, Sanliurfa e Hatay, esse número é de um em quatro ou cinco.

"Essas dez regiões albergam a maior população de refugiados do mundo", declarou à imprensa, por videoconferência.

Na Síria, mais de 6,8 milhões de pessoas estavam deslocadas no interior do país antes do sismo, e quase 60.000 refugiados palestinianos se encontravam na região do norte da Síria atingida pelo sismo.

Este sismo foi uma "verdadeira cacetada" para a população da Turquia e para as pessoas deslocadas na região, nomeadamente os sírios, considerou o ACNUR, classificando a situação como "trágica".

A maioria dos refugiados sírios na Turquia reside entre a população local, "nos mesmos edifícios que ruíram".

Apenas 47.000 vivem em sete campos de alojamento temporário nas dez províncias atingidas pelo sismo.

"Esses campos poderão ser utilizados como local para transferir vítimas do tremor de terra", considerou Leclerc.

A avaliação das necessidades, dificultada pelas condições meteorológicas do inverno e pelas consequências do sismo, ainda só está numa fase inicial.

No princípio do ano, o ACNUR emitiu apelos para contributos para os seus programas de ajuda aos refugiados na Turquia e na Síria.

O apelo da ajuda necessária para a Turquia ascende a 348 milhões de dólares (cerca de 325 milhões de euros) e está neste momento financiado em 11 por cento, ao passo que a ajuda estimada para a Síria, no valor de 465 milhões de dólares (cerca de 434 milhões de euros), só recebeu financiamento de 07%.

O ACNUR começou a distribuir 30.000 estojos de primeiros socorros em Alepo, Homs e Tartus, contendo esteiras, cobertores, utensílios de cozinha, lonas plásticas, bidões de água e colchões para dormir, e serão igualmente distribuídas roupas de inverno.

A agência especializada da ONU dispõe também de 20.000 tendas armazenadas em Damasco e de pelo menos 19 pavilhões que podem servir de espaço de acolhimento ou de abrigos coletivos.

A Síria tem 12 campos de refugiados palestinianos que albergam cerca de 438.000 pessoas.

Três deles situam-se no norte do país, atingido pelo sismo: o campo de Latáquia e os de Neirab e Ein El-Tal (também designado como Handarat), no exterior de Alepo.

"Consideramos que 57.000 refugiados palestinianos foram afetados, porque eles vivem nos campos do norte", declarou uma porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), Tamara Alrifai, por videoconferência.

A Unrwa emitiu um apelo para recolher 2,7 milhões de dólares (cerca de 2,5 milhões de euros) para poder dar resposta às necessidades daqueles refugiados.

A porta-voz da Unrwa declarou que a agência tinha confirmado as informações dando conta da morte de seis refugiados palestinianos: uma família (mãe, pai, filho e filha) no campo de Latáquia e duas estudantes em Neirab, mas disse esperar que o número de vítimas seja bastante mais elevado.

"Este terramoto veio adicionar uma dose incrível de miséria", comentou o diretor da Unrwa, Philippe Lazzarini, na rede social Twitter.

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