Ex-presidente da Geórgia "em risco de morrer" na prisão por greve de fome
O ex-presidente da Geórgia Mikheil Saakashvili, que cumpre pena de prisão num hospital, "corre o risco de morrer" devido aos efeitos duma greve de fome, alertaram hoje os seus médicos e advogados.
© Getty Images
Mundo Geórgia
O ex-líder, de 55 anos, foi levado para o hospital no ano passado após uma greve de fome de 50 dias para protestar contra a sua condenação na justiça por abuso de poder.
"O peso de Saakashvili desceu de 115 para 68 quilos" desde a sua prisão em outubro de 2021, disse à agência de notícias AFP o seu advogado Dito Sadzaglichvili, acrescentando que "é uma perda de peso que ameaça a sua vida".
Segundo a médica Mariam Jichkariani, que examinou o ex-presidente, "Saakashvili sofre de caquexia", um estado de extrema fraqueza e perda de peso ligada à desnutrição.
"Na ausência de um diagnóstico adequado da sua condição e assistência médica adequada, corre o risco de morrer", afirmou a médica à AFP.
Entretanto, o ministro da Justiça da Geórgia, Rati Bregadze, sublinhou que o Saakashvili recebeu todos os cuidados médicos necessários.
"Este homem está a magoar-se" ao recusar-se a comer normalmente, disse Bregadze, acusando o ex-Presidente de perseguir "um simples objetivo, obter a sua libertação".
Mikheil "Saakashvili não rejeita comida, ele não consegue comer", assegurou o advogado do ex-chefe de Estado.
Durante o seu exílio, Saakashvili viveu na Ucrânia, país onde obteve a nacionalidade e exerceu responsabilidades políticas. Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou as autoridades georgianas de "matar lentamente" Saakashvili.
O Conselho da Europa pediu no ano passado a libertação de Saakashvili e disse que o considerava um "prisioneiro político". A ONG Amnistia Internacional descreveu o tratamento reservado a Saakashvili como "aparente vingança política".
Saakacvhili governou a Geórgia, a antiga República Soviética do Cáucaso, de 2004 a 2013, antes de se exilar por oito anos.
Saakashvili partiu da Geórgia para a Ucrânia após o fim do seu segundo mandato e foi posteriormente condenado à revelia por abuso de poder e condenado a seis anos de prisão na Geórgia.
Foi detido em outubro de 2021, após regressar à Geórgia para tentar reforçar a oposição antes das eleições municipais a nível nacional.
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