Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
14º
MIN 11º MÁX 18º

Pelo menos 21 mortos em ataque no Sudão do Sul antes da chegada do Papa

Pelo menos 21 pessoas foram mortas num ataque armado no Sudão do Sul na quinta-feira, nas vésperas da chegada do Papa Francisco ao país dilacerado por anos de conflito, anunciaram hoje as autoridades locais.

Pelo menos 21 mortos em ataque no Sudão do Sul antes da chegada do Papa
Notícias ao Minuto

13:16 - 03/02/23 por Lusa

Mundo Sudão do Sul

O chefe da igreja católica, acompanhado pelo arcebispo de Cantuária e líder espiritual da Igreja Anglicana, Justin Welby, e Iain Greenshields, a figura mais idosa da Igreja da Escócia, é esperado no Estado mais jovem do mundo para uma "peregrinação de paz".

Os líderes religiosos tentarão promover a reconciliação e o perdão num país predominantemente cristão que ainda enfrenta ondas de violência armada no seguimento de uma sangrenta guerra civil, que deixou 380 mil pessoas mortas e milhões de desalojadas entre 2013 e 2018.

Pastores armados mataram 21 civis no condado de Kajo-Keji, no sul do país, na quinta-feira, disseram os funcionários do condado em comunicado, condenando "nos termos mais fortes possíveis o ataque (...) e o assassinato de civis inocentes num ato bárbaro de vingança".

O arcebispo de Cantuária, Justin Welby, disse que estava "horrorizado" com o ataque: "Esta é uma história ouvida demasiadas vezes em todo o Sudão do Sul. Apelo novamente para uma forma diferente: para que o Sudão do Sul se una para uma paz justa", escreveu o líder católico numa mensagem no Twitter.

O Sudão do Sul ganhou a independência em 2011, após décadas de luta com a maioria muçulmana do Sudão, tendo mergulhado numa devastadora guerra civil de cinco anos entre Salva Kiir e Riek Machar (atual Presidente e vice-presidente, respetivamente) em 2013. Os exércitos de ambos os lados são acusados de crimes de guerra.

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS), os Estados Unidos e outras missões estrangeiras manifestaram esta semana preocupação sobre um possível ressurgimento dos combates na região do Alto Nilo.

Nesta região norte do país, milhares de civis têm procurado proteção nas bases da ONU nos últimos meses, fugindo da violência armada.

O Papa Francisco chegou na terça-feira a Kinshasa, na primeira etapa de uma viagem de sete dias que o levará também ao Sudão do Sul.

A 40ª viagem internacional de Francisco, de 86 anos, esteve agendada para julho do ano passado, mas uma dor no joelho provocou o seu adiamento e, desde então, a situação de segurança na região tornou-se mais complicada em ambos os países.

Nos últimos meses, o leste da RDCongo tem sido palco de um recrudescimento da violência, sobretudo na fronteira com o Ruanda, uma zona com subsolo rico em cobalto, fundamental para a indústria de equipamentos eletrónicos, e onde existem mais de 100 grupos armados ativos, nomeadamente o Movimento 23 de Março (M23), razão pela qual a visita a Goma, planeada no programa inicial, foi suspensa.

Já o Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo, independente do Sudão desde 2011, nunca foi visitado por um pontífice.

Leia Também: Papa visita 2 dos países africanos mais atingidos pela guerra e fome

Recomendados para si

;
Campo obrigatório