Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Camarões. Vários detidos por suspeita da morte de jornalista popular

As autoridades dos Camarões detiveram várias pessoas por "forte suspeita" de envolvimento no rapto e assassínio de um jornalista, após ter sido aparentemente torturado em meados de janeiro, anunciou hoje a Presidência.

Camarões. Vários detidos por suspeita da morte de jornalista popular
Notícias ao Minuto

18:19 - 02/02/23 por Lusa

Mundo Camarões

Na sequência da morte do jornalista, o Presidente camaronês, Paul Biya, ordenou uma investigação conjunta da polícia militar e da polícia sobre o "assassinato" de 'Martinez' Zogo,e as investigações "levaram, até à data, à detenção de várias pessoas cujo envolvimento neste crime hediondo é fortemente suspeito", enquanto "outros continuam a ser procurados", disse, numa declaração, o ministro de Estado e secretário-geral da Presidência da República, Ferdinand Ngoh Ngoh.

"As audiências em curso e os procedimentos judiciais que se seguirão permitirão circunscrever o grau de envolvimento de uns e outros e estabelecer a identidade de todos os envolvidos", acrescentou, sem adiantar mais pormenores.

'Martinez' Zogo era o diretor-geral da estação de rádio privada Amplitude FM, e o apresentador estrela de um programa diário, Embouteillage ("Engarrafamento"), no qual denunciava regularmente os negócios e a corrupção neste país da África Central, governado há mais de 40 anos por Paul Biya (89 anos), e pelo seu poderoso partido.

Arsène Salomon Mbani Zogo, conhecido como "Martinez", 50 anos, foi raptado em 17 de janeiro por assaltantes não identificados nos subúrbios da capital, Yaoundé, em frente a um posto policial, e foi encontrado morto cinco dias depois.

"O seu corpo tinha sido claramente sujeito a graves abusos", anunciou o Governo.

O assassinato de 'Martinez' Zogo suscitou fortes emoções nos Camarões, mas também no estrangeiro.

Num artigo publicado hoje pelo jornal francês Le Monde, 20 personalidades camaronesas, incluindo o escritor Calixthe Beyala, ou o intelectual Achille Mbembe expressam a sua "profunda preocupação com a viragem violenta do debate público".

Lamentam que, desde a descoberta do corpo do jornalista, "nenhuma informação oficial foi dada pelas autoridades sobre o progresso da investigação", denunciando uma "longa tradição de banalização da impunidade e de aceitação da atrocidade para assustar e desviar os cidadãos do seu dever de controlar a qualidade da gestão dos assuntos públicos".

Também a organização internacional Human Rights Watch (HRW) apelou às autoridades camaronesas para realizarem uma investigação "independente" e "transparente" ao assassinato.

Leia Também: Camarões. Ex-ministro da Defesa condenado a 30 anos por desvio de fundos

Recomendados para si

;
Campo obrigatório