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Junta militar no poder em Myanmar prolonga estado de emergência

A junta militar no poder em Myanmar (antiga Birmânia) prolongou o estado de emergência no país por seis meses e manteve a promessa de organizar eleições, noticiou hoje a televisão estatal MRTV.

Junta militar no poder em Myanmar prolonga estado de emergência
Notícias ao Minuto

16:12 - 01/02/23 por Lusa

Mundo Myanmar

"O nosso governo vai trabalhar para organizar eleições em todas as partes do país para que o povo não perca as suas prerrogativas democráticas", disse o chefe da junta, general Min Aung Hlaing, sem precisar datas, citado pela agência francesa AFP.

O estado de emergência foi declarado quando os militares derrubaram o governo de Aung San Suu Kyi há precisamente dois anos, em 01 de fevereiro de 2021.

Após o golpe de Estado, os militares prometeram organizar eleições até agosto deste ano.

Min Aung Hlaing disse que, independentemente do governo que existir, os militares continuarão a ser os guardiães do país do Sudeste Asiático, que tem fronteiras com Bangladesh, Índia, China, Laos e Tailândia.

"O exército será sempre o guardião dos interesses do Estado e do povo (...) sob qualquer governo", afirmou, segundo a MRTV.

O líder da junta admitiu também que mais de um terço dos distritos do país não estão sob "controlo total" dos militares e exigem graus variáveis de "atenção de segurança".

"Embora não haja ações de protesto neste momento, a violência ainda existe" em 132 dos distritos, disse, culpando os "terroristas" pela situação.

O golpe de Estado de há dois anos mergulhou Myanmar numa profunda crise política, social e económica, e reacendeu uma espiral de violência.

Mais de 2.900 pessoas morreram em resultado da repressão militar e policial, e mais de 13.750 foram detidas por razões políticas desde o golpe, disse hoje a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos de Myanmar.

O segundo aniversário do golpe de Estado foi assinalado com uma greve silenciosa que deixou o centro da principal cidade birmanesa, Rangum, praticamente vazio, noticiou a AFP.

Centenas de birmaneses também aproveitaram a data para protestos em frente às embaixadas de Myanmar em várias capitais asiáticas, incluindo as capitais da Tailândia, Coreia do Sul, Japão, Filipinas e Índia.

Em Banguecoque, uma das principais cidades de refúgio dos que fogem ao regime militar birmanês, os manifestantes exigiram o regresso à democracia e exibiram fotografias de Aung San Suu Kyi.

Também usaram lenços vermelhos, que simbolizam o apoio ao autodenominado Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês)) formado após o golpe por deputados e ativistas depostos pelos militares.

Com mais de 57,5 milhões de habitantes, maioritariamente budistas, a República da União de Myanmar, anteriormente República Socialista da União da Birmânia, tornou-se independente do Reino Unido em 1948.

Desde então, o país conheceu várias revoltas e esteve durante muitos anos sob domínio dos militares, que ignoraram uma vitória da Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi, em eleições realizadas em 1990.

Sob prisão domiciliária durante 15 anos ao longo de um período de 21 anos, Aung San Suu Kyi recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991, por advogar uma mudança política por meios pacíficos.

Apesar da distinção, a líder birmanesa agora com 77 anos foi contestada internacionalmente devido à perseguição da minoria muçulmana 'rohingya', que não cessou enquanto esteve no poder, entre 2016 e o golpe de Estado de 2021.

Leia Também: "Greve silenciosa" em Myanmar no 2.º aniversário do golpe militar

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