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Ucrânia. Sánchez diz que Europa tem de começar a falar mais na paz

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, defendeu hoje o reforço da ajuda militar à Ucrânia, mas disse que a Europa deve também começar a "articular um discurso" que coloque mais a paz no horizonte.

Ucrânia. Sánchez diz que Europa tem de começar a falar mais na paz
Notícias ao Minuto

19:51 - 31/01/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Anoto, porque é uma reflexão interessante, que desde a Europa temos de articular um discurso mais de presença da paz no horizonte", disse Pedro Sánchez, no Senado espanhol (câmara alta do parlamento), em resposta a senadores da oposição que insistiram em defender uma maior aposta na via diplomática para acabar com a guerra na Ucrânia.

Sánchez lembrou declarações do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira, em que, nas palavras do líder do Governo espanhol, "começou a falar de um grupo de trabalho [internacional] que comece a pensar e a trabalhar em como acabar a guerra e abrir um processo de paz".

"Penso que aí têm de ter um papel preponderante as Nações Unidas, o seu secretário-geral, o senhor [António] Guterres, e nisso está o Governo de Espanha", afirmou Pedro Sánchez.

Segundo garantiu, o executivo espanhol "está entre os primeiros" que querem "acabar com esta guerra e restabelecer as fronteiras [ucranianas] que foram violadas" pela Rússia em fevereiro do ano passado.

Antes destas declarações, Sánchez defendeu a continuidade e o reforço da ajuda à Ucrânia, incluindo o envio de mais equipamento militar.

"Estamos a ajudar do ponto de vista militar a Ucrânia, que está numa situação verdadeiramente dramática, que precisa da solidariedade dos aliados", afirmou, insistindo na necessidade de "dar equipamentos militares, munições, para a defesa da Ucrânia".

"Temos de o fazer. Em primeiro lugar, porque nos estão a pedir e, em segundo lugar, porque não pode haver equidistâncias entre quem agride e quem é agredido. E a partir daí vamos, como não pode ser de outra maneira, ajudar a Ucrânia a preservar a sua liberdade, a sua integridade territorial e a paz, que acredito que vai ser chave para a segurança europeia e para a segurança global", acrescentou.

Espanha é um dos países europeus que na semana passada disse que vai enviar carros de combate Leopard 2 para a Ucrânia, embora até agora não tenha revelado quantos.

Sánchez também não adiantou mais detalhes nas intervenções que já fez hoje no Senado, num debate que às 20:00 locais (19:00 em Lisboa) ainda continuava.

A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, disse na semana passada que os tanques deverão chegar à Ucrânia "na primavera", depois de passarem por um processo de recuperação, já que aqueles que têm para enviar estão inoperacionais há cerca de uma década e precisam de ser arranjados para poderem ser usados outra vez.

Segundo a ministra, serão enviados tanques Leopard 2 A4, de fabrico alemão, sendo que Espanha possui 108 carros de combate deste modelo.

No mesmo debate hoje no Senado, o líder do maior partido da oposição em Espanha, o Partido Popular (PP), pediu a Sánchez para levar "os planos de ajuda a Ucrânia ao Congresso dos Deputados", a câmara baixa do parlamento, para serem conhecidos publicamente e votados.

"Os espanhóis têm o direito de saber o que vamos enviar à Ucrânia, qual o impacto no nosso orçamento, tanto da Defesa como do Estado, se serão os carros de combate ou haverá aviões, se haverá mais dotação de armamento, que consequências enfrentamos com esta decisão", disse Alberto Núñez Feijóo, dirigindo-se a Pedro Sánchez.

Feijóo referiu as divisões na coligação do Governo, em que os socialistas contam com a oposição do parceiro da extrema-esquerda Unidas Podemos na ajuda militar à Ucrânia, para dizer a Sánchez para não se preocupar, porque o PP está disponível para votar, no parlamento, a favor do envio de mais apoio aos ucranianos.

"Mas leve isto ao Congresso para ser votado. Se Espanha está a participar num conflito, tem de ser votado no Congresso", disse Feijóo, num apelo que não teve resposta por parte de Sánchez.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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