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Líderes de Taiwan e Checa despertam ira de Pequim ao reafirmarem laços

A líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, reafirmou na segunda-feira os laços com Praga, durante uma conversa por telefone com o presidente eleito da República Checa que despertou a ira de Pequim.

Líderes de Taiwan e Checa despertam ira de Pequim ao reafirmarem laços
Notícias ao Minuto

12:49 - 31/01/23 por Lusa

Mundo Pequim

O contacto entre Tsai e Petr Pavel é visto por Pequim como uma provocação. A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana com reconhecimento diplomático independente.

Tsai Ing-wen disse que os dois países "gozam de laços profundos e partilham os valores da liberdade, da democracia e dos direitos humanos", avançou a Agência Central de Notícias de Taiwan, que citou o porta-voz presidencial Lin Yu-chan.

"Com base nestes laços cordiais, o governo de Taiwan deseja aprofundar os intercâmbios e a cooperação com a República Checa em áreas-chave, incluindo fabrico de semicondutores, formação de talento em tecnologias de ponta e a reestruturação das cadeias de fornecimento", disse Lin.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse que Pavel agiu em "desafio à repetida dissuasão e queixas por parte da China" e que "espezinhou a linha vermelha estabelecida" por Pequim.

"A China opõe-se veementemente a este tipo de contactos e apresentou queixa solene ao lado checo", afirmou Mao, em conferência de imprensa, acrescentando que a República Checa deve tomar medidas para "reduzir o impacto negativo deste incidente, de modo a evitar danos irreparáveis nas relações bilaterais com a China".

Pavel, um general aposentado do exército, vai suceder a Milos Zeman no cargo. Zeman foi criticado pelas suas posições a favor da Rússia e da China, estados autoritários que reforçaram as relações desde a invasão da Ucrânia, no ano passado.

O presidente eleito, que concorreu como independente, é um ex-presidente do comité militar da NATO, o mais alto corpo militar da aliança.

Nos últimos anos, as incursões de jatos da Força Aérea chinesa no espaço aéreo de Taiwan intensificaram-se. Em agosto passado, a visita a Taipé da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi gerou fortes protestos por parte do governo chinês, que considerou a viagem uma provocação e lançou exercícios militares em torno da ilha, numa escala sem precedentes.

Isto levou a novas vendas de tanques e mísseis para a ilha pelos Estados Unidos. A administração de Tsai anunciou também o alargamento do serviço militar obrigatório e um reforço da indústria militar doméstica.

Taiwan mantém laços diplomáticos formais com apenas 14 nações, principalmente pequenos Estados das Caraíbas e do Pacífico Sul, mas mantém laços oficiosos robustos com mais de 100 países. Os políticos europeus, cujas nações foram formalmente dominadas pela União Soviética, têm sido dos mais vocais na defesa de relações mais fortes com o território.

A China expulsou o embaixador da Lituânia e reduziu o nível dos laços diplomáticos com o país báltico, bloqueando também o comércio bilateral, depois de Vílnius ter impulsionado as relações com Taipé. Desde então, a Lituânia fechou a sua embaixada em Pequim e abriu um escritório comercial em Taiwan.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Leia Também: Filipinas e EUA reforçam cooperação na defesa face a tensões com a China

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