Traumatizada pela guerra, cadela ucraniana vive aterrorizada por barulhos
Ressi recusa-se a sair à rua, tremendo de medo quando ouve barulhos vindos do exterior do seu apartamento em Haverhill, no condado de Suffolk.

© Lana Sushko / Facebook

Mundo Ucrânia/Rússia
Ainda que tenha encontrado um porto seguro no Reino Unido, uma cadela ucraniana vive, agora, aterrorizada pelo barulho dos carros e do fogo de artifício, depois de ter vivido no seio da guerra na Ucrânia.
Svitlana (Lana) Sushko, de 47 anos, confessou que a sua cadela de 18 meses, Ressi, recusa-se a sair à rua, tremendo de medo quando ouve barulhos vindos do exterior do seu apartamento em Haverhill, no condado de Suffolk.
Através da rede social Facebook, Lana apelou aos residentes daquela localidade para que a ajudassem, revelando ter reportado o barulho das corridas de carros noturnas cerca de nove vezes às autoridades, mas sem sucesso.
Lana e Ressi testemunharam o brotar do conflito em Kyiv. Segundo contou a professora de inglês ao Suffolk Live, ambas estariam a passear quando, às cinco da manhã, ouviram bombardeamentos, vindos do aeroporto militar perto da sua residência.
“Pelas seis da manhã estávamos todos na casa de banho - gritei para a minha filha e o meu filho se esconderem onde fosse mais seguro”, disse, complementando que, no dia seguinte, a cadela puxou-a ao ouvir outra explosão, fazendo com que caísse.
"Dois homens estavam a caminhar na nossa direção, a 100 metros de distância. Pedi-a para voltar quando ela correu na sua direção e um deles tirou uma arma. Estava a morrer de medo de que ele a matasse, mas ele disparou para o ar. Ela choramingou, virou-se e correu até mim. Arrastei-a até casa”, acrescentou.
Nesse mesmo dia, Lana colocou tudo o que tinha no seu veículo e rumou até à Polónia, acompanhada por Ressi, na altura com oito meses, pela sua filha de 15 anos, Evelina, e pela sua gata de 12 anos, Gulia. O seu filho de 20 anos, Nikita, teve de ficar para trás, por estar sujeito a ser chamado para integrar o exército ucraniano.
Com a ajuda de voluntários, a família chegou, eventualmente, a Hauxton, onde permaneceu por dois meses. Ressi chorava a cada barulho, mostrando-se cada vez mais afetada. A família de acolhimento chegou mesmo a pedir a Lana para que deixasse a casa, ou que encontrasse outra família para Ressi.
Lana rumou, então, para Whaddon, onde Ressi ficou mais confortável com algum treino. Contudo, com a chegada do mês de outubro e da caça, tudo voltou ao que era.
A família conseguiu um apartamento em Haverhill, onde tanto Ressi, como Lana, Gulia e Evelina tentam lidar com o barulho constante das corridas de carro noturnas.
Ao apelar por ajuda na rede social Facebook, Lana entrou em contacto com a academia Dogwarts K9, que tem ajudado Ressi com o seu trauma.
Por seu turno, as autoridades de Suffolk asseguraram que não foram alertadas para qualquer atividade ou comportamento antissocial, tendo várias patrulhas na área.
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