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EUA. Democratas esperam "republicanos responsáveis" para resolver impasse

Os congressistas democratas norte-americanos do Congresso contam com "um punhado de republicanos responsáveis para encontrar uma saída para o impasse político sobre o limite da dívida pública nos Estados Unidos da América.

EUA. Democratas esperam "republicanos responsáveis" para resolver impasse
Notícias ao Minuto

08:48 - 29/01/23 por Lusa

Mundo EUA

Os Estados Unidos atingiram esta semana o limite da dívida a que podem ter acesso, 31 biliões de dólares (cerca de 28 biliões de euros).

A primeira reação dos republicanos foi prometer que não autorizarão a subida desse limite, como tem acontecido por diversas vezes, para evitar que o Governo fique paralisado por incapacidade de financiar os seus projetos.

Com uma maioria na Câmara de Representantes, os republicanos olham para este tema como uma arma política valiosa para fazer oposição ao Presidente democrata, Joe Biden, e anunciaram que apenas aceitarão modificações ao limite da dívida se a Casa Branca aceitar fazer cortes na despesa federal.

Na sexta-feira, o líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, lançou o repto à fação mais moderada dos republicanos, procurando sensibilizá-los para a delicadeza do problema colocado, sobretudo quando o país se vê confrontado numa difícil luta contra a inflação e com a necessidade de ajuda militar à Ucrânia para resistir à invasão russa.

"Acredito que seremos capazes de, no final, convencer um punhado de republicanos responsáveis na Câmara de Representantes a fazer o que a comunidade empresarial em toda a América sugeriu que precisa ser feito, o que a Câmara de Comércio dos EUA acredita que precisa ser feito, o que Wall Street diz que precisa ser feito, que é garantir que paguemos as contas da América", disse Jeffries durante uma entrevista à estação de Rádio NPR.

Mas, mesmo confiando na boa vontade desse "punhado de republicanos responsáveis", os Democratas poderão esbarrar contra a resistência do líder da maioria na Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, que tem dado sinais de pouca flexibilidade para ajudar numa solução.

A alternativa pode passar pelo recurso a um procedimento regimental que permite que uma maioria na Câmara de Representantes possa forçar a votação de um projeto de lei, mesmo à revelia da liderança da bancada maioritária.

"Não vamos negociar com pessoas que têm uma arma apontada à cabeça do povo americano, da economia, da Previdência Social e do sistema de saúde, ameaçando deixar de pagar a nossa dívida", garantiu Jeffries.

Para Jenna Williams, investigadora de Direito Constitucional no Hunter College, de Nova Iorque, os Democratas não dispõem de grande margem de manobra para contornar as dificuldades que os Republicanos quiserem criar no Congresso.

"A tradição, até agora, tem sido a de fazer cedências políticas até ao ponto em que a maioria na Câmara de Representantes aceite o aumento da dívida. O mesmo acabará por acontecer desta vez. Falta saber que cortes de despesa Biden optará por fazer", disse à Lusa esta investigadora.

Entretanto, o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos desenhou um plano de "medidas extraordinárias" para impedir que o Governo viole o limite da dívida, enquanto o braço-de-ferro com os republicanos se prolonga.

Estas medidas estarão em vigor pelo menos até ao verão, indicou o Departamento de Tesouro, num sinal de que os democratas não antecipam uma solução fácil nem rápida para o problema.

Leia Também: Documentos confidenciais de Biden embaraçam politicamente Casa Branca

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