Património Mundial. Projeto de Oscar Niemeyer no Líbano na lista de risco
A Feira Internacional Rachid Karameh de Trípoli, do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, foi inscrita na Lista do Património Mundial em Perigo devido ao "estado alarmante de conservação", com o Líbano a atravessar uma crise socioeconómica.
© Getty Imagens
Mundo Líbano
Segundo um comunicado da UNESCO, a decisão foi tomada pelo Comité do Património Mundial numa sessão extraordinária na quarta-feira, através de um procedimento de emergência.
A inscrição da Feira Internacional Rachid Karameh de Trípoli na Lista do Património Mundial em Perigo da UNESCO "abre o acesso a uma assistência internacional reforçada, tanto técnica quanto financeira".
A medida deve-se "à falta de recursos financeiros" para a manutenção da obra e ao risco de "propostas de desenvolvimento que poderiam afetar a integridade do complexo", refere o comunicado.
Desde 2019 que o Líbano tem estado mergulhado numa crise socioeconómica classificada pelo Banco Mundial como a pior do mundo desde 1850 e causada por décadas de má gestão e corrupção de uma classe dirigente que se tem mantido praticamente inalterada.
Em mais de dois anos, a moeda nacional perdeu mais de 90% do seu valor no mercado negro e a taxa de desemprego quase triplicou. Quase 80% da população vive agora abaixo do limiar da pobreza, de acordo com a ONU.
Localizada no norte do Líbano, a Feira Internacional Rachid Karameh foi projetada em 1962 por Oscar Niemeyer, em "estreita colaboração "com engenheiros libaneses, dando origem a "um notável exemplo de intercâmbio entre diferentes continentes", referiu o comunicado.
A candidatura apresentada pelo Ministério da Cultura do Líbano diz que o convite feito a Niemeyer se deveu parcialmente aos laços políticos com o Brasil, onde chegou uma "enorme vaga" de imigração libanesa no período entre as duas guerras mundiais.
A construção da Feira Internacional Rachid Karameh, a infraestrutura mais marcante da política de modernização do Líbano na década de 1960, acabou por ser afetada pela guerra civil em que o país mergulhou entre 1975 e 1990.
Também na quarta-feira, o centro histórico da cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, foi inscrito na Lista do Património Mundial, em reconhecimento do seu valor universal e o dever da humanidade em protegê-lo face à ameaça de destruição.
A decisão, tomada pelo Comité do Património Mundial, descreve Odessa como uma "cidade livre, cidade mundial, porto lendário que marcou o cinema, a literatura e as artes e encontra-se assim sob a proteção reforçada da comunidade internacional".
Nos últimos meses, revelou a UNESCO, medidas de emergência no terreno foram tomadas para ajudar a proteger a cidade e contribuiu para a reparação de danos infligidos no Museu de Belas Artes e no Museu de Arte Moderna desde o início da guerra.
As tropas russas não chegaram a esta cidade situada no sul da Ucrânia, embora tenham sido travados combates a poucas dezenas de quilómetros.
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