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Corporação estatal russa foge às sanções e compra componentes militares

A corporação estatal russa Rostec, alvo de sanções dos Estados Unidos, conseguiu contornar as restrições e comprar componentes ocidentais para fabricar sistemas de armas usado na guerra na Ucrânia, revelou hoje o portal iStories.

Corporação estatal russa foge às sanções e compra componentes militares
Notícias ao Minuto

23:50 - 25/01/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

Segundo este órgão de comunicação russo independente, a empresa KRET, que pertence à Rostec, um conglomerado público russo dedicado a aumentar e consolidar o poder da Rússia em áreas como tecnologia, está privada de aceder ao mercado de componentes dos EUA devido às sanções.

A KRET é a maior fabricante de sistemas de interferência radioeletrónica como o 'Jibini', que protege aeronaves russas das defesas antiaéreas inimigas.

"As sanções privam o KRET da possibilidade de adquirir legalmente componentes da NATO, sem os quais seria impossível fabricar as 'milagrosas armas' russas", sublinhou o iStories.media.

Especialistas do Real United Services Institute (RUSI) analisaram 27 tipos de armas russas encontradas no campo de batalha na Ucrânia, nas quais identificaram 450 componentes eletrónicos diferentes, dos quais 317 eram de fabrico norte-americana.

O especialista militar russo Pavel Luzin adiantou que a Rússia gasta entre 30.000 e 40.000 milhões de rublos (cerca de 400 a 530 milhões de euros) anualmente na compra de sistemas de defesa radioeletrónicos, sendo o KRET a figura mais importante neste segmento na Rússia.

Para adquirir estes componentes, o fabricante russo utiliza a empresa formalmente privada russa Testkomplekt, criada pela esposa de um dos gerentes do KRET, que os compra de empresas de fachada residentes em Hong Kong, na China e que pertencem a empresários ligados à Rostec, apontou a iStories.

Posteriormente, a Testkomplekt vende estas peças à empresa fornecedora Radiopriborsnab, que é controlada em 49,9% por uma subsidiária da KRET.

Como a KRET não é acionista maioritária desta empresa, consegue escapar das sanções, uma vez que não é considerada participante da indústria militar russa.

Anteriormente, a iStories já tinha revelado os esquemas usados por empresas russas para comprar componentes necessários para o fabrico dos 'drones' Orlan, usados na guerra da Rússia contra a Ucrânia, apesar da sua venda para a Rússia ser proibida.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.068 civis mortos e 11.415 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia em superioridade numérica intensifica ataques no leste, diz Kyiv

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