ONG pede a Essuatíni investigação à morte de ativista Thulani Maseko
A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch pediu hoje a Essuatíni (antiga Suazilândia) uma investigação independente e imparcial sobre o assassinato do conhecido ativista e advogado Thulani Maseko, baleado na sua casa no passado fim de semana.
© Getty Images
Mundo Essuatíni
"O assassinato brutal de Maseko é o mais recente de uma série de ataques arrepiantes contra ativistas pró-democracia em Essuatíni", afirmou Ashwanee Budoo-Scholtz, vice-diretor da Human Rights Watch (HRW) para África.
"É essencial realizar rapidamente uma investigação independente, exaustiva e eficaz, capaz de identificar os responsáveis", afirmou.
A HRW recordou que horas antes do assassinato do ativista, o rei Mswati III alertou num discurso público que os mercenários agiriam contra aqueles que exigem reformas democráticas, o que causou um aumento do medo na população.
"O último monarca absoluto deve ouvir e responder às aspirações do povo de Essuatíni e às suas tentativas para exercerem os seus direitos democráticos e políticos", sublinhou Budoo-Scholtz.
"As autoridades devem iniciar imediatamente um diálogo inclusivo e multissetorial, que inclua a promoção e proteção dos direitos humanos, bem como o Estado de direito e a democracia, para que mais ativistas não enfrentem assédio ou sejam mortos", reforçou o responsável da ONG.
O Governo de Essuatíni denunciou que Maseko "foi brutalmente baleado e morto por criminosos desconhecidos" e alertou contra "especulações e insinuações alimentadas, principalmente nas redes sociais", contra as autoridades. "O Governo distancia-se destes atos atrozes", destacou.
Maseko foi presidente do Multi-Stakeholder Forum, uma associação que reúne várias organizações da sociedade civil, empresas, sindicatos, partidos políticos, grupos religiosos e organizações de mulheres que defendem uma transição pacífica e uma democracia multipartidária neste país africano.
O advogado passou a ser o representante legal de dois parlamentares que estão a ser julgados por atuações nas manifestações pró-democracia de 2021.
Essuatíni, um país de cerca de 1,3 milhões de pessoas, conhecido como Suazilândia até 2018, é governado como uma monarquia absoluta por Mswati III desde 1986. O monarca controla o parlamento e nomeia ministros, atraindo cada vez mais críticas pelo monopólio do poder.
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