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Governo brasileiro diz que atendeu mais de mil pessoas do povo Yanomami

O governo brasileiro disse hoje ter feito mais de mil atendimentos emergenciais ao povo indígena Yanomami, desde sábado, na sequência desta crise humanitária que afeta esta comunidade indígena.

Governo brasileiro diz que atendeu mais de mil pessoas do povo Yanomami
Notícias ao Minuto

22:03 - 24/01/23 por Lusa

Mundo Yanomami

A informação foi avançada hoje pelo secretário nacional de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba.

Esta ação humanitária, detalhou, foi feita na sequência criação do Comité de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária no território Yanomami, e de uma portaria do Ministério da Saúde, que declarou emergência em Saúde Pública "diante da necessidade de ação imediata frente à crise humanitária enfrentada em Roraima".

Estas medidas são importantes, segundo Ricardo Weibe Tapeba, porque permitem que "o Governo Federal possa adotar estratégias mais emergenciais, como a compra de insumos, aquisição de medicamentos e materiais.

O território Yanomami, disse Ricardo Tapeba, vive um "cenário de guerra".

Horas antes destas declarações, o ministro da Justiça do Brasil anunciou que a Polícia Federal vai investigar eventuais omissões de funcionários públicos, de todos os níveis, sobre a crise humanitária que afeta a comunidade indígena Yanomami.

Este anúncio surgiu poucos dias depois de o próprio governante ter visitado a zona onde vive aquela comunidade juntamente com o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que qualificou a situação de "genocídio".

"Não tenho dúvidas, embora obviamente não me caiba julgar, que há fortes indícios da prática do crime de genocídio", afirmou Flávio Dino durante um encontro com a imprensa.

O responsável pela pasta da Justiça brasileira explicou que as mortes por desnutrição e doenças curáveis, o desvio de dinheiro que se destinava à compra de remédios e vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2, ou "pouco ou nenhum" acesso aos sistemas de saúde "levam a um cenário de possível desmonte [retirada] intencional" de serviços para o povo Yanomami.

As declarações do ministro da Justiça vão ao encontro das expressas há dias pelo Presidente Lula da Silva, após a sua visita a Roraima, onde constatou a difícil situação daquela comunidade indígena.

"Mais do que uma crise humanitária, o que vi foi (...) um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro", afirmou na ocasião.

O Governo relaciona esta situação com os incentivos e a defesa que era oferecida aos exploradores ilegais de ouro e outras pedras preciosas, os garimpeiros.

Flávio Dino referiu que no relatório que enviou à Polícia faz alusão, com especial atenção, a este assunto.

"Temos estimulado o garimpo ilegal na Amazónia brasileira. Já tivemos até o ex-presidente Jair Bolsonaro visitando um garimpo que ainda não tinha a sua situação regularizada", lembrou.

O Ministério dos Povos Indígenas informou esta semana que cem crianças de 1 a 4 anos da comunidade Yanomami morreram de desnutrição, pneumonia e diarreia em consequência do avanço do garimpo ilegal, responsável pela contaminação de rios e campos da região em que vive esta comunidade. Um aumento sério dos casos de malária também foi relatado no ano passado.

Leia Também: Lula declara estado de emergência sanitária na reserva indígena Yanomami

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