Biden nomeia enviado de direitos humanos para a Coreia do Norte
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nomeou esta segunda-feira um enviado especial de direitos humanos para a Coreia do Norte, cargo que ficou vago durante todo o mandato do anterior governo liderado por Donald Trump.
© Win McNamee/Getty Images
Mundo EUA
Este cargo foi atribuído a uma diplomata de carreira, Julie Turner, que chefia atualmente a secção asiática do gabinete de direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA.
O lugar estava vago desde janeiro de 2017, quando o ex-Presidente Donald Trump tentou estreitar laços com Pyongyang, reunindo-se três vezes com o líder norte-coreano Kim Jong Un.
A decisão do republicano levou a um alívio das tensões entre os dois países, sem que isso resultasse num acordo de longo prazo.
O cargo, que tem o posto de embaixador, foi criado por uma lei de 2004 destinada a fazer lobby na questão dos direitos humanos na Coreia do Norte, um dos países mais autoritários do mundo.
Turner, que é fluente em francês e coreano de acordo com sua biografia oficial, terá de ser confirmada no cargo através de uma votação no Senado dos EUA.
A tensão aumentou dramaticamente nos últimos meses entre a Coreia do Norte e seu vizinho do sul, bem como os Estados Unidos e o Japão, devido ao número recorde de lançamentos de mísseis por Pyongyang, em 2022.
No seu último relatório anual sobre direitos humanos, o Departamento de Estado expôs abusos generalizados no país comunista, incluindo prisão em massa e trabalhos forçados.
Já o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas divulgou em dezembro que a Coreia do Norte, Síria e Irão são três dos países que mais violam os direitos humanos.
Apesar de sublinhar que os direitos humanos são violados em muitos mais países e ocasiões, o primeiro país deste 'ranking' é a Coreia do Norte, com "uma longa história de violações dos direitos humanos".
Embora sejam considerados vários fatores para classificar um país nesta lista, um dos mais importantes é o tratamento dado pelo governo aos seus cidadãos.
A Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre Direitos Humanos na Coreia do Norte concluiu que "o regime de Kim [Jong-un atualmente no poder, mas também os regimes liderados pelo seu pai e avô] cometeu crimes contra a humanidade incluindo extermínios, assassinatos, escravatura, tortura, violações, abortos forçados e outras formas de violência sexual, perseguições por motivos políticos, religiosos, raciais e de género e transferências forçada de populações".
Além disso, Pyongyang mantém campos de prisioneiros onde os detidos são deixados à fome até morrerem, forçados a trabalhar em situações perigosas e sujeitos a violência sistemática, além de realizar com frequência execuções públicas como forma de intimidar, sobretudo os que tentam fugir do país.
O regime, que controla todas as informações que entram e saem do país, omitindo qualquer dificuldade ou crítica ao país ou mesmo inventando cenários favoráveis, proíbe qualquer atividade religiosa não autorizada, prendendo ou executando aqueles que desobedecem.
A Coreia do Norte também restringe a liberdade de movimento dentro do país, tornando difícil às pessoas fugirem de abusos de direitos humanos e vários relatos dão conta da existência de tráfico de pessoas para trabalhos forçados em países como a China e a Rússia e para exploração sexual no caso das mulheres e meninas.
Leia Também: Comité volta a pedir registos de visitas à residência de Biden
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com