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António Guterres diz que mundo "tem sido lento" nas reformas

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou hoje, em Cabo Verde, que o mundo "tem sido lento" na necessidade de reformas para apoiar os países em desenvolvimento e a executá-las, como no acesso a financiamento.

António Guterres diz que mundo "tem sido lento" nas reformas
Notícias ao Minuto

21:26 - 21/01/23 por Lusa

Mundo países em desenvolvimento

"Há uma consciência dessa necessidade, mas não há ainda, em minha opinião, uma ação suficientemente eficaz. Tenho defendido com insistência, primeiro, que os países desenvolvidos devem cumprir o compromisso que fizeram em Paris, de garantir 100 mil milhões de dólares ao mundo em desenvolvimento todos os anos. Deveriam ter começado em 2020, estamos em 2023 e até agora isso não aconteceu, para apoiar a ação climática nos países em desenvolvimento", criticou.

"Há, portanto, um conjunto de reformas essenciais a fazer. E o mundo tem sido lento em reconhecer a sua necessidade e mais lento ainda em executá-las", apontou ainda António Guterres numa declaração após reunir-se no Mindelo, ilha de São Vicente, com o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.

"Tenho defendido a necessidade de duplicar os fundos para adaptação. A adaptação é a capacidade dos países investirem na resiliência em relação aos impactos climáticos", exemplificou.

Recordou igualmente que "houve um compromisso de dobrar o financiamento para a adaptação", sem avanços.

"Ainda não vimos um programa de ação que permita ter a certeza que isso se vai concretizar. Por outro lado, o chamado Fundo Verde tem funcionado com uma grande ineficácia e com dificuldades de acesso, sobretudo as pequenas economias, e importa que ele seja tornado mais operacional e reformado e que o seu volume de recursos seja restabelecido em pleno no próximo ciclo", disse igualmente.

Por outro lado, António Guterres defendeu ser "evidente" que as organizações multilaterais, o Banco Mundial e os diversos outros bancos multilaterais, "devem ter um papel muito mais ativo na mobilização do financiamento privado para finalidades climáticas de mitigação e adaptação".

"O modelo de negócio dos bancos multilaterais tem que ser alterado: Têm que estar disponíveis para assumir maiores riscos e tem que, para além dos empréstimos que fazem, tem que produzir muito mais garantias, ser primeiros tomadores de risco em coligações financeiras e ter como principal preocupação facilitar a mobilização do financiamento privado a custo razoável para países que, tal como Cabo Verde, têm uma necessidade vital de financiamento privado", afirmou ainda.

O secretário-geral das Nações Unidas iniciou hoje uma visita de três dias a Cabo Verde, no âmbito da Ocean Race, a maior regata do mundo que de 20 a 25 de janeiro faz escala na ilha cabo-verdiana de São Vicente, participando na segunda-feira, também no Mindelo, na Ocean Summit.

"Estou aqui, como é sabido, para participar na 'Cimeira do Oceano do Mindelo, mas também, e sobretudo, para agradecer a parceria do vosso país com as Nações Unidas, para saudar os vossos esforços em prol da boa governação de instituições democráticas fortes e eficazes, Cabo Verde é hoje um exemplo não apenas para África, mas para todo o mundo. E este exemplo demonstra quão importantes são as políticas económicas centradas nas pessoas e como as mesmas constituem uma alavanca decisiva para o desenvolvimento", reconheceu.

Ainda hoje, depois da reunião com o chefe do Governo cabo-verdiano, António Guterres participa ainda no evento "Speaker Series", com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

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