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EUA. Visita de secretária do Tesouro a África simboliza "grande impulso"

A deslocação de 10 dias que a secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, inicia sexta-feira a África traduz o "grande impulso" da administração Biden para promover as trocas económicas entre Estados Unidos da América e África, referiu fonte oficial.

EUA. Visita de secretária do Tesouro a África simboliza "grande impulso"
Notícias ao Minuto

21:03 - 19/01/23 por Lusa

Mundo África

Yellen é o primeiro funcionário do governo norte-americano a visitar o continente desde que o Presidente, Joe Biden, anunciou durante a Cimeira de Líderes EUA-África, realizada em dezembro, que planeia visitar África ainda este ano, assim como a vice-presidente, Kamala Harris, a primeira-dama, Jill Biden, e vários secretários da administração.

A deslocação de Yellen inclui uma incubadora de negócios para empreendedores no Senegal, locais agrícolas na Zâmbia, e compreende ainda a visita a um parque de vida selvagem e à fábrica da Ford na África do Sul, em que cada paragem é projetada para dar relevo a áreas de cooperação EUA-África.

Além da visita a empreendimentos, Yellen manterá reuniões de trabalho com altos funcionários africanos.

Yellen chegou a Dacar no final da quarta-feira, mas inicia apenas na sexta-feira a sua agenda pública de visitas e contactos.

Na incubadora de empresas, na sexta-feira, Yellen pretende enfatizar que África, com a sua crescente classe média, "vai moldar a trajetória da economia mundial no próximo século", oferecendo oportunidades importantes para os Estados Unidos.~

"Isso pode ser uma vitória para as nossas economias", dirá Yellen, de acordo com excertos dos seus comentários hoje divulgados.

A África continental representará um quarto da população mundial em 2050 e é rica em recursos naturais e o crescente envolvimento económico da China no continente também é motivo para os EUA aprofundarem os seus laços.

Antes de viajar para África, Yellen reuniu-se na quarta-feira com o seu homólogo chinês, Liu He, na Suíça, como parte de um esforço para aliviar as tensões com a superpotência asiática.

O seu trabalho no circuito dos mais de 20.000 quilómetros que percorrerá desde Washington até Zurique, Dacar, Lusaca, Pretória e de regresso aos Estados Unidos é contactar líderes africanos e apresentar oportunidades de investimento para empresas norte-americanas.

A estratégia da Casa Branca para a África subsaariana levanta preocupações sobre o envolvimento da China na região, considerando que Pequim "vê a região como uma arena importante para desafiar a ordem internacional baseada em regras, promover os seus próprios interesses comerciais e geopolíticos, minar a transparência e abertura e enfraquecer as relações dos EUA com os povos e governos africanos".

A passagem de Yellen na Zâmbia servirá para destacar a enorme dívida do país com a China, seu maior credor.

A Zâmbia está a renegociar a dívida de quase 6 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros), e Yellen criticou o fracasso da China em avançar nas negociações.

A governante norte-americana disse em dezembro que é imperativo encontrar uma solução para o problema da dívida da Zâmbia "o mais rápido possível".

África detém 30% dos minerais mais importantes que preenchem as necessidades do mundo moderno, incluindo 40% da produção de ouro à escala mundial, até 90% de crómio e platina, e as maiores reservas de cobalto, diamantes, platina e urânio do mundo, de acordo com Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Rama Yade, diretor sénior do Centro África do Atlantic Council, escreveu esta semana que se pode acreditar na administração Biden quando diz que não quer transformar o continente africano num palco de competição das grandes potências.

"África não terá que escolher entre potenciais parceiros", disse Yade.

"Se conseguir recuperar o terreno perdido e construir sobre o que começou com a cimeira de dezembro, os Estados Unidos e a África prosperarão", concluiu.

Leia Também: África do Sul vai realizar exercícios militares com a Rússia e a China

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