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Irão. PE pede inclusão da Guarda Revolucionária na lista de terroristas

O Parlamento Europeu apelou hoje a mais sanções contra o regime iraniano por "flagrante desprezo" pela dignidade humana e apoio à Rússia, e defendeu a inclusão do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) na lista de organizações terroristas.

Irão. PE pede inclusão da Guarda Revolucionária na lista de terroristas
Notícias ao Minuto

12:35 - 19/01/23 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

Numa resolução adotada no hemiciclo de Estrasburgo, França, os eurodeputados defendem que "o flagrante desprezo do regime iraniano pela dignidade humana e pelas aspirações democráticas dos seus próprios cidadãos, bem como o seu apoio à Rússia, exige novos ajustamentos à posição da UE em relação ao Irão".

A assembleia exorta designadamente a UE a alargar a sua lista de sanções a todas as pessoas e entidades responsáveis por violações dos direitos humanos e seus familiares, incluindo o líder supremo Ali Khamenei, o Presidente Ebrahim Raisi, o Procurador-Geral Mohammad Jafar Montazeri e todas as fundações ligadas à Guarda Revolucionária, o exército teológico de Teerão.

Como era esperado, a resolução adotada pelo Parlamento Europeu apela ao Conselho e aos Estados-membros da UE para acrescentarem "o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e as suas forças subsidiárias, incluindo a milícia paramilitar Basij e a Força Quds, à lista de organizações terroristas da UE".

"Qualquer país onde o CGRI tenha operações militares, económicas ou de informação deve pôr-lhes termo e proibir ligações com a organização", defendem os eurodeputados.

Hoje mesmo, antes da votação em Estrasburgo, o Irão alertou hoje para "consequências negativas" para a UE de uma eventual inclusão da Guarda Revolucionária na 'lista negra' de organizações terroristas, advertindo que tal decisão teria "consequências negativas".

Criada em 1979 após a vitória da revolução islâmica no país, a Guarda Revolucionária possui forças terrestres, navais e aéreas com efetivos estimados em mais de 120 mil homens. Entre as funções atribuídas à Guarda estão a segurança do Golfo e do Estreito de Ormuz, por onde passam muitos petroleiros, e a gestão de programas de desenvolvimento balístico.

No texto hoje adotado, o Parlamento "condena nos termos mais veementes as sentenças de morte e execuções de manifestantes pacíficos no Irão e apela às autoridades iranianas para que ponham fim à repressão contra os seus próprios cidadãos", defendendo que os responsáveis pela morte de centenas de manifestantes devem ser levados à justiça.

A resolução apela também à extensão das medidas restritivas contra o Irão, que continua a fornecer drones e planeia fornecer mísseis terra-terra à Rússia, para a sua agressão militar à Ucrânia.

Por fim, o Parlamento Europeu expressa "profunda preocupação com a repressão transnacional e estrutural" das autoridades da República Islâmica, incluindo "espionagem e assassinatos, sobre a diáspora iraniana que vive na União Europeia", exortando os Estados-membros a "protegerem melhor as pessoas em causa contra esta repressão".

O Irão está a ser confrontado por uma onda de protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana de 22 anos, que morreu três dias depois de ser presa pela polícia da moralidade em Teerão por suposto uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.

Desde então, e na sequência dos protestos que se estenderam a todo o país, morreram já dezenas de pessoas, enquanto mais de 14.000 estão detidas e mais de uma centena foi condenada à morte, tendo já sido executadas pelo menos quatro.

Na segunda-feira, cerca de 12 mil pessoas de toda a Europa, incluindo de Portugal, manifestaram-se diante do Parlamento Europeu em Estrasburgo para exigir a inclusão da Guarda Revolucionária na 'lista negra', tal como já foi feito pelos Estados Unidos, tendo recebido o apoio da presidente do PE, Roberta Metsola.

Um quarto pacote de sanções contra o Irão estará em discussão na próxima reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que se celebra na próxima segunda-feira em Bruxelas.

Leia Também: Guarda Revolucionária na lista de terroristas? "Consequências negativas"

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