Milhares protestam em Israel contra reforma judicial, 4 estudantes presos
Pelo menos quatro estudantes foram detidos no âmbito de protestos de milhares de pessoas em vários pontos de Israel contra a reforma judicial proposta pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, anunciaram hoje as autoridades israelitas.
© Getty Images
Mundo Israel
Milhares de estudantes de uma dezena de universidades deixaram as salas de aula ao longo do dia para saírem à rua para se manifestarem.
Os organizadores acusaram as forças de segurança de "assediar estudantes que procuram exercer o seu direito de protestar e de levantar a voz contra o que consideram ser um golpe de Estado".
"A polícia decidiu reprimir violentamente um protesto legítimo. É difícil não nos perguntarmos para quem trabalham, tendo em conta as cenas de violência desnecessárias contra os estudantes", acusou a organização em comunicado, citado pelo The Jerusalem Post.
Os estudantes "não estão dispostos a permanecer em silêncio perante a revolução e a venda do sistema judicial", avisaram os organizadores do protesto, sublinhando que "a democracia não é um 'slogan' vazio, mas a essência daquilo porque se deve lutar".
"É uma luta pelo futuro e contra o Governo, que em nome da tirania da maioria, põe em perigo a democracia (...) e prejudica a igualdade e a liberdade de muitos grupos na sociedade israelita", denunciaram.
As alterações propostas pelo ministro da Justiça, Yariv Levin, poderiam dar ao governo o controlo do comité de seleção judicial, limitar a autoridade dos conselheiros jurídicos e, acima de tudo, reduzir a capacidade do Supremo Tribunal de revogar certas leis aprovadas no parlamento.
"Estamos determinados a acabar com esta loucura, e isto é apenas o começo. Vamos protestar em massa e continuar a apelar para que os juízes não sejam politizados. Não ao golpe de Estado", sublinharam os promotores dos protestos contra a reforma judicial.
Do lado do governo, a organização de extrema-direita Im Tirtzu tem apelado a protestos nas proximidades de seis universidades e com palavras de ordem como "Proteger a democracia. A rebelião não vai ajudar. A reforma tem de ser aprovada".
Shai Rosengarten, líder desta organização, recordou o resultado das eleições e sublinhou que "a maioria da população apoiou a reforma do sistema judicial". "É tempo de avançar e preservar a democracia no nosso país", sublinhou.
O partido de Benjamin Netanyahu venceu as eleições de 1 de novembro deste ano, mas sem deputados suficientes e por isso uniu-se a parceiros ultraortodoxos e de extrema-direita para formar o governo mais à direita da história de Israel.
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