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NATO. Turquia diz que não está em condições de ratificar adesão da Suécia

A Turquia "não está em condições" de ratificar a adesão da Suécia à NATO, disse hoje o principal assessor do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, após um novo incidente entre os dois países nesta semana.

NATO. Turquia diz que não está em condições de ratificar adesão da Suécia
Notícias ao Minuto

16:01 - 14/01/23 por Lusa

Mundo NATO

"Não estamos em condições de enviar a lei [de ratificação] ao parlamento, temos um verdadeiro problema nesta questão", referiu Ibrahim Kalin, afirmando que os deputados iriam provavelmente rejeitar o documento.

Ancara denunciou, na quinta-feira, um vídeo, montado por um grupo próximo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na Suécia, que simula o Presidente Erdogan enforcado, tendo convocado uma reunião com o embaixador sueco.

O incidente aconteceu numa altura em que a Turquia tem demonstrado dúvidas sobre a adesão da Suécia -- e da Finlândia -- à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), mantendo o pedido bloqueado desde maio do ano passado.

A Turquia acusa a Suécia de albergar, no seu território, membros do PKK e de organizações associadas, que Ancara considera serem terroristas.

"Estamos envolvidos neste processo há seis ou sete meses e não é bom para a Suécia aparecer sob esta luz", insistiu Kalin.

"Queremos seguir em frente e progredir, mas se este tipo de incidentes continuar, isso atrasará o processo", avisou, sublinhando que deve ser garantido, por exemplo, que membros do PKK "não possam mais recrutar ou arrecadar dinheiro" em solo sueco.

O assessor da Presidência turca reconheceu, no entanto, que o novo Governo sueco deu vários passos importantes para a sua adesão, incluindo a visita "altamente apreciada" do primeiro-ministro sueco a Ancara logo após a sua chegada ao poder.

Mas, garantiu, ainda será necessário esperar "seis meses" antes de as novas leis poderem ser validadas pelo parlamento.

O Governo turco tem apelado à expulsão da Suécia de vários membros do PKK e do movimento Fetö (acrónimo utilizado por Ancara para designar o movimento do pregador Fethullah Gülen), acusado de ter fomentado a tentativa de golpe de 2016.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, condenou na sexta-feira um protesto de curdos em Estocolmo, onde foi simulado o enforcamento de Erdogan, considerando "extremamente grave" encenar uma "execução ridícula de um líder estrangeiro democraticamente eleito".

O primeiro-ministro considerou "perigoso para a segurança sueca agir desta forma", e censurou ainda mais a ação lembrando que ocorreu num país onde dois políticos foram mortos.

O primeiro-ministro sueco Olof Palme foi assassinado em 1986 e a ministra dos Negócios Estrangeiros Anna Lindh foi fatalmente esfaqueada em 2003.

"Eu diria que isto é sabotagem contra a candidatura sueca à NATO", disse Kristersson, em declarações à emissora sueca TV4, citadas por agências internacionais.

A Suécia e a Finlândia, países historicamente não-alinhados, pediram, no ano passado, a sua adesão à NATO na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia e consequente guerra.

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