MNE iraniano espera normalização das relações com Riade para breve
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou esperar uma normalização em breve das relações do seu país com a Arábia Saudita, em declarações após um encontro com o líder do movimento pró-iraniano Hezbollah.
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Mundo Diplomacia
Em conferência de imprensa hoje realizada em Beirute, Hussein Amir-Abdollahian saudou também a reaproximação da Turquia à Síria, onde é esperado no sábado, de acordo com o jornal pró-governo sírio Al-Watan.
Um diálogo entre o Irão xiita e a Arábia Saudita sunita foi iniciado em Bagdade, mas a última reunião aconteceu em abril de 2022, apesar de o ministro iraniano ter tido um breve encontro com o seu homólogo saudita à margem de uma reunião regional na Jordânia, em dezembro passado.
"Congratulamo-nos com um regresso às relações normais com a Arábia Saudita, o que levará à reabertura de postos de representação ou embaixadas em Teerão e Riade", disse Abdollahian.
As declarações foram feitas numa altura em que o Irão, abalado por uma onda de protestos contra o regime e as normas rígidas ligadas nomeadamente ao vestuário feminino, tem acusado os seus inimigos, liderados pelos Estados Unidos, de atiçar os manifestantes.
Em novembro, Teerão pediu a Riade que mudasse o seu "comportamento hostil" e ameaçou os vizinhos do Irão, incluindo a Arábia Saudita, de represálias contra qualquer tentativa de desestabilizar o país.
Os dois países, os mais fortes da região, cortaram relações em 2016 e apoiam lados rivais em vários conflitos, incluindo o do Iémen.
O Irão tem uma influência dominante no Iraque e no Líbano e apoia militar e politicamente o regime da Síria.
Sobre este país, Abdollahian garantiu estar "feliz com o diálogo em curso entre a Síria e a Turquia", considerando que deverá "ter repercussões positivas no interesse de ambos os Estados.
Vizinha da Síria, a Turquia é, há mais de uma década, o mais importante apoio político e militar da oposição síria, que inclui movimentos e formações islâmicas, consideradas "terroristas" por Damasco.
Desde 2016, a Turquia lançou três ofensivas militares em solo sírio contra as forças curdas no norte, o que lhe permitiu controlar uma faixa de fronteira do lado sírio, o que Damasco considera como "ocupação".
Em dezembro, os ministros da Defesa dos dois países reuniram-se, sendo que os titulares das pastas dos Negócios Estrangeiros devem encontrar-se em breve em Moscovo.
O ministro iraniano aproveitou a viagem a Beirute para se reunir com o líder da organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah -, que raramente aparece em público -, com quem discutiu a formação do novo Governo de Israel, o executivo mais à direita da História daquele país do qual o Hezbollah é inimigo.
Os dois homens falaram de "ameaças decorrentes da formação do Governo de extremistas e corruptos" em Israel, segundo um comunicado do Hezbollah.
O ministro também se encontrou com autoridades libanesas, incluindo o primeiro-ministro Najib Mikati e renovou a proposta de fornecer petróleo ao Líbano e de "reabilitar as centrais elétricas" danificadas "ou construir novas".
Na conferência de imprensa coletiva que se seguiu á reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdallah Bouhabib, referiu que as "pressões e obstáculos externos" podem atrapalhar a oferta iraniana, numa referência á sanções impostas a Teerão pelos Estados Unidos no âmbito do acordo sobre produção de energia nuclear pelo Irão.
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