Alemanha e Noruega convocam embaixadores iranianos após execuções

A Alemanha e a Noruega convocaram hoje os embaixadores iranianos para protestar contra as execuções que estão a ser realizadas no Irão na sequência das manifestações desencadeadas em setembro de 2022 da jovem curda Mahsa Amini.

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Lusa
09/01/2023 14:59 ‧ 09/01/2023 por Lusa

Mundo

Irão

Em Berlim, cujo embaixador iraniano foi convocado pela segunda vez em dois meses, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, indicou em conferência de imprensa que a "repressão brutal, a opressão e o terror contra a população", bem como "as recentes execuções" de manifestantes "não ficarão impunes".

"Mesmo que o ano novo infelizmente tenha começado tão mal no Irão ou na Ucrânia como no ano anterior, continua a ser essencial para nós que este ano a União Europeia continue a trabalhar de forma estreita e resoluta e, acima de tudo, com total confiança e total solidariedade" , acrescentou Baerbock.

Para a chefe da diplomacia alemã, o importante é "não fechar os olhos" e que se "evite a resignação" e dizer sempre que a Alemanha está "ao lado de pessoas que nada mais querem do que viver em liberdade e segurança", como os alemães.

Na rede social Twitter, também o chanceler alemão, Olaf Scholz, denunciou "o uso da pena de morte como meio de submissão" no Irão, considerando horrível a forma de atuação das autoridades de Teerão e pedindo o fim das execuções.

Em Oslo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês também apresentou um protesto contra a repressão iraniana, designadamente com as condenações à pena de morte de um número cada vez maior de pessoas que contestam o regime teocrático do ayatollah Ali Khamenei.

A justiça iraniana anunciou hoje três novas condenações à morte ligadas ao movimento de protesto, as de três homens acusados de envolvimento na morte de outros tantos membros das forças de segurança.

Segundo o órgão judiciário iraniano Mizan Online, Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Said Yaghoubi - acusados de envolvimento na morte de três membros das forças de segurança durante manifestações na província central de Isfahan a 16 de novembro de 2022 - foram condenados à morte por um tribunal de primeira instância, considerados culpados pelo crime de "moharebeh" (guerra contra Deus).

No mesmo julgamento, outras duas pessoas foram condenadas a penas de prisão, incluindo o jogador de futebol Amir Nasr-Azadani, 26 anos, que joga num clube local, sentenciado a 26 anos de prisão.

Estas pessoas terão estado presentes nas manifestações contra a morte de Masha Amini, a jovem de 22 anos que morreu em 16 de setembro de 2022, três dias depois de ser detida pela polícia de costumes, por violar o rígido código de indumentária da República Islâmica, que inclui o uso obrigatório do véu em público para mulheres.

As autoridades iranianas referem-se a estes protestos como "motins", encorajados por países e organizações hostis ao Irão.

O enforcamento anunciado no sábado de dois outros homens, condenados pela morte de um paramilitar durante os protestos, também provocou protestos internacionais.

"A Noruega condena veementemente a execução dos manifestantes Mohammad Mehdi Karami e Seyed Mohammad Hosseini pelo Irão", disse a chefe da diplomacia norueguesa, Anniken Huitfeldt, numa publicação na rede social Twitter.

"Pedimos ao Irão que pare de reprimir os direitos humanos. A Noruega pede ao Irão que responda aos protestos com reformas significativas e suspenda imediatamente as execuções", acrescentou Huitfeldt, cuja reunião com o diplomata iraniano ocorrerá terça-feira em Oslo.

Outros países europeus, como a Dinamarca, Bélgica e Países Baixos, também já anunciaram decisões semelhantes.

Segundo uma contagem da agência noticiosa France-Presse (AFP) a partir de comunicados oficiais, as condenações à morte hoje anunciadas elevam para 17 o número de pessoas sentenciadas à pena capital associadas aos protestos iniciados com a morte de Amini.

Hoje, Ali Khamenei reconheceu que há "indubitavelmente problemas económicos" no país, mas acrescentou que "não podem ser resolvidos queimando latas de lixo e causando tumultos nas ruas".

Segundo a Amnistia Internacional (AI), além da China, o Irão é o país que mais executa pessoas condenadas à morte.

Leia Também: Irão anuncia mais três sentenças de morte ligadas a manifestações

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