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Israel. Reunião do Conselho da ONU sobre tensões é "absurda e patética"

Israel classificou hoje como "absurda" e "patética" a reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a visita de um ministro israelita à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, que causou protestos da comunidade internacional.

Israel. Reunião do Conselho da ONU sobre tensões é "absurda e patética"
Notícias ao Minuto

22:37 - 05/01/23 por Lusa

Mundo Israel

"Estou realmente chocado", realçou o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, à margem da reunião do Conselho de Segurança.

"Não há absolutamente nenhuma razão para que esta sessão de emergência seja realizada hoje. Nenhuma. Fazer uma sessão do Conselho de Segurança sem evento é realmente um absurdo", acrescentou.

O novo ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit (Poder Judeu), visitou na terça-feira a Esplanadas das Mesquitas, o que gerou indignação da comunidade internacional, incluindo nos Estados Unidos, aliado histórico de Israel.

A pedido da China e dos Emirados Árabes Unidos, o Conselho de Segurança reuniu-se hoje com os países árabes e muçulmanos a exigirem ações concretas para condenar o Estado judeu.

Gilad Erdan defendeu, por outro lado, que qualquer judeu "tem o direito de visitar o Monte do Templo", designação do local no judaísmo.

"Afirmar que uma visita breve e completamente legítima deve desencadear uma sessão de emergência do Conselho de Segurança é patético", sublinhou ainda.

Na quarta-feira à noite, o representante palestiniano nas Nações Unidas, Riyad Mansour, rodeado por vários homólogos de países árabes e muçulmanos, exigiu que a comunidade internacional "decida defender e proteger o 'status quo' histórico em Jerusalém".

O terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do judaísmo, conhecido como "Monte do Templo", a Esplanada das Mesquitas está localizada na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestiniano ocupado e anexado por Israel.

Em virtude do 'status quo' histórico, os não-muçulmanos podem visitar o local em momentos específicos, mas não podem rezar ali.

Nos últimos anos, contudo, um número crescente de judeus, sobretudo nacionalistas, têm-no feito, o que tem sido denunciado pelos palestinianos como uma "provocação".

De acordo com o estatuto vigente desde 1967 - quando Israel ocupou a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Esplanada - o local é reservado exclusivamente para o culto de muçulmanos, enquanto os judeus só podem entrar como visitantes, já que as leis judaicas proíbem os seus fiéis de rezar no lugar mais sagrado da sua religião, algo reservado apenas para alguns rabinos.

A visita à Esplanada das Mesquitas em setembro de 2000 pelo então líder do Likud (o mesmo partido de Netanyahu, direita), Ariel Sharon, foi o detonador da Segunda Intifada, quando a entrada massiva de judeus no complexo -- e cargas policiais visando palestinianos - desencadeou uma vaga de violência em maio de 2021, conduzindo a uma escalada militar e confrontos entre árabes e judeus em várias cidades de Israel.

Leia Também: MNEs árabes pedem medidas contra Israel ao Conselho de Segurança da ONU

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