"Foi uma figura que deixou a sua marca na Igreja Católica e um teólogo notável", sublinhou o chefe do governo alemão, em declarações aos jornalistas depois de regressar de Roma, onde decorreram hoje as cerimónias fúnebres do papa emérito, que foi sepultado na Cripta da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Scholz confessou que foi "muito comovente" assistir hoje ao quanto "o papa significou para os crentes de todo o mundo", particularmente devido ao grande número de pessoas que se deslocaram a Roma, para participar nas cerimónias fúnebres.
O governante também realçou que o papa emérito já demonstrava "quando era criança" um grande compromisso com a Igreja.
Sochlz, que falava durante a tradicional receção aos cantores infantis (Sternsingers) que arrecadam doações para os necessitados, vestidos como os três Reis Magos, lembrou ainda que o apelo à proteção das crianças em todo o mundo não podia ser "mais atual", em referência ao sofrimento dos mais jovens em guerras como a da Ucrânia.
"As crianças são precisamente as vítimas repetidas vezes, por exemplo, de ataques de 'rockets'. Por causa disso, muitas crianças são forçadas a fugir, completamente sozinhas", alertou Scholz.
O chefe do governo alemão frisou ainda que também existem situações em que crianças sofrem violência em lugares onde deveriam estar seguras, como nas suas famílias, ou associações ou comunidades de vários tipos, sem fazer, no entanto, referência explícita aos escândalos de abuso na Igreja Católica.
"Por isso é muito, muito importante que todos entendam este princípio e digam que a proteção das crianças é a prioridade e é importante", concluiu Scholz.
Bento XVI morreu no dia 31 de dezembro, aos 95 anos, e foi sepultado hoje na Cripta da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após uma cerimónia fúnebre presidida pelo Papa Francisco.
Cerca de 50 mil pessoas assistiram na Praça de São Pedro ao funeral do papa emérito.
Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
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