O juíz Mareledi Dipate afirmou que Khama deve ser preso assim que entrar no país com vista à sua transferência perante o tribunal.
Ian Khama foi inicialmente acusado em abril à revelia, juntamente o antigo chefe dos serviços secretos Isaac Kgosi, o antigo comissário da polícia Keabetswe Makgophe e o vice-secretário permanente da polícia Bruno Paledi, segundo o jornal The Monitor.
Khama enfrenta 14 acusações que vão desde a posse ilegal de uma arma de fogo até à receção de bens roubados e lavagem de dinheiro, no entanto, o mandado diz respeito apenas à acusão por posse ilegal de armas.
O Ministério Público do Botswana solicitou a extradição de Khama para enfrentar as acusações contra ele, mas os esforços foram infrutíferos. O antigo presidente disse que aceitaria este pedido para "ter a oportunidade de expor as mentiras do Presidente, Mokgweetsi Masisi" contra ele.
As acusações de posse ilegal de armas têm pena até dez anos de prisão no país africano. Khama, filho do primeiro presidente do Botsuana após a independência, Seretse Khama, mudou-se para a África do Sul em novembro de 2021, embora tenha garantido que não foge à justiça, negando ter pedido asilo ou fugido de alegadas perseguições pelo seu sucessor, Mokgweetsi Masisi.
O ex-presidente disse aos jornalistas que Masisi estava a utilizar instituições estatais para o atacar desde a sua queda em 2019.
Desde então, Khama tem viajado pelo mundo a partir da África do Sul. Em janeiro esteve na Zâmbia para visitar o falecido ex-presidente zambiano Rupiah Banda, que sofria de cancro do cólon.
Nessa mesma visita, foi visitar a família do falecido presidente fundador da Zâmbia, Kenneth Kaunda. Regressou, ainda, à Zâmbia para o enterro de Banda, onde falou sobre a sua perseguição no seu país.
Em março, a Direção de Inteligência e Segurança (DIS) do Botsuana deteve os seus irmãos gémeos, Tshekedi Khama e Anthony Khama, como parte de uma investigação relacionada com o paradeiro de Khama. Os gémeos foram mais tarde libertados.
Desde junho Khama já esteve duas vezes no Reino Unido.
O antigo Presidente ocupou o cargo entre 2008 e 2018 e, embora tenha apoiado o seu vice-presidente, Mokgweetsi Masisi, nas eleições desse ano, afastou-se subsequentemente dele e acusando-o de autoritarismo. Masisi foi vice-presidente de 2014 a 2018.
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