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Bulgária pede explicações a Moscovo sobre mandado de captura a jornalista

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bulgária convocou a embaixadora russa em Sofia, Eleonora Mitrofanova, em protesto contra a decisão de Moscovo de emitir um mandado de prisão contra o jornalista búlgaro Christo Grozev.

Bulgária pede explicações a Moscovo sobre mandado de captura a jornalista
Notícias ao Minuto

07:32 - 28/12/22 por Lusa

Mundo Christo Grozev

Este conhecido jornalista búlgaro, especializado em reportagens de investigação, foi incluído na lista de pessoas procuradas pelo Ministério do Interior russo, acusado de "violar um artigo do código penal russo".

Previsivelmente, segundo Moscovo, Grozev terá violado a lei que visa impedir a difamação do trabalho das Forças Armadas russas no âmbito da guerra na Ucrânia, noticiou a agência Europa Press.

A ordem de detenção gerou reações imediatas na Bulgária, com vários partidos políticos a defenderem a chamada da embaixadora, convocada pelo governo búlgaro para quinta-feira.

Grozev, de 53 anos, é jornalista do Bellingcat, 'site' especializado em verificação de factos, e esteve envolvido nas investigações que identificaram dois oficiais russos alegadamente ligados à queda do voo MH17/MAS17 da Malasya Airlines em 2014, no leste da Ucrânia, que matou 298 pessoas.

A rádio nacional búlgara, BNR, noticiou que em julho o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou que Grozev tinha participado numa tentativa de sequestro de caças russos, pagando dinheiro a pilotos russos por ordem ucraniana.

O búlgaro ganhou vários prémios de jornalismo pelas suas investigações sobre crimes cometidos por serviços russos e nega as acusações.

A diplomacia búlgara explicou ainda que a embaixadora russa em Sofia será questionada também sobre a decisão de Moscovo de proibir o idioma búlgaro nas regiões ucranianas anexadas no final de setembro.

O governo búlgaro sublinhou ainda que as autoridades pró-Rússia impostas pelo Kremlin nos territórios anexados no sul e leste da Ucrânia também determinaram a remoção de retratos de figuras relevantes da história búlgara.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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