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ONU teme que 180 refugiados rohingya tenham morrido em nova "tragédia"

Embarcação com quase 200 refugiados continua desaparecida desde o início de dezembro, depois de fugirem das condições deploráveis que enfrentam no Bangladesh e em Myanmar.

ONU teme que 180 refugiados rohingya tenham morrido em nova "tragédia"
Notícias ao Minuto

16:35 - 26/12/22 por Notícias ao Minuto

Mundo rohingya,Myanmar

A Organização das Nações Unidas (ONU) teme que um possível naufrágio envolvendo refugiados rohingya poderá ter matado 180 pessoas, o que tornaria 2022 em um dos anos mais mortíferos para uma das minorias étnicas mais perseguidas do mundo.

Numa série de publicações, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na região da Ásia-Pacífico disse que a embarcação começou a travessia no final de novembro, com 180 pessoas a bordo.

No início de dezembro, o navio começou a apresentar algumas falhas estruturais e, pouco depois, familiares e autoridades perderam o contacto com a embarcação.

"A confirmar-se, isto serão notícias devastadoras. O nosso coração vai para as famílias que poderão perder os seus entes queridos nesta tragédia chocante. Repetimos os pedidos para que os estados na região ajudem a salvar vidas", escreveu o ACNUR.

Segundo a Reuters, as organizações de direitos humanos estimam que abandonaram o Bangladesh através de barcos cerca de 2.400 refugiados rohingya, um número cinco vezes superior ao ano anterior, desconhecendo-se o impacto do levantamento de restrições nestas deslocações.

À agência Reuters, um porta-voz do ACNUR disse que, este ano, já morreram quase 200 refugiados rohingya no mar, esperando-se que estas 180 pessoas estejam vivas algures em alguma ilha caminho da Indonésia.

O relato da agência da ONU para os refugiados surge depois de mais de 50 pessoas terem desembarcado na ilha indonésia de Sumatra, no domingo, mas não se sabe se estes refugiados vieram na mesma embarcação.

O porta-voz do ACNUR contou que 2022 poderá, assim, ser um dos piores anos para a minoria rohingya. Ainda assim, os valores deste ano não deverá superar os registados em 2013 e 2014, quando morreram 900 e 700 pessoas respetivamente no Mar de Andamão e na Baía de Bengal.

Os rohingya são população predominantemente muçulmana oriunda do Myanmar, um país budista que os persegue desde os anos 70. O povo foi obrigado a fugir para vários países nas imediações, especialmente para o Bangladesh, onde foi criado o maior campo de refugiados do mundo, estimando-se que vivam cerca um milhão de refugiados nestes centros sobrelotados e com fracas condições de habitabilidade.

A partir do Bangladesh, muitos tentam fazer a longa e perigosa travessia marítima em direção à Indonésia, outro país predominantemente muçulmano.

A perseguição aos rohingya no Myanmar é considerado um genocídio pela ONU e pelos Estados Unidos. O processo de limpeza étnica arrancou com mais vigor em 2017, com uma intervenção militar, sendo que Aung San Suu Kyi - a prémio Nobel da Paz e líder deposta por um golpe de Estado em 2021 - foi muito criticada pela comunidade internacional e nas Nações Unidas por desvalorizar os massacres (houve até quem pedisse para fosse retirado o Nobel à laureada).

A Reuters cita ainda autoridades tailandesas, para contar que foram encontradas seis pessoas mortas no mar por autoridades e pescadores tailandeses - a Tailândia é banhada a sudoeste pelo mar de Andamão, a principal travessia dos refugiados. Outro pescador contou que resgatou pessoas num tanque.

Leia Também: Dezenas de refugiados rohingya retidos numa praia indonésia

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