"Desde a justiça aos direitos humanos vamos cumprir o despacho da nossa Presidente da República e do nosso primeiro-ministro, para constituir uma comissão multissetorial para analisar o tema das compensações ou do apoio solidário que vamos dar aos familiares das pessoas que perderam a vida", disse Tello à estação de rádio RPP.
Desde 11 de dezembro que se intensificaram os protestos contra a Presidente, Dina Boluarte, que também pediam a libertação do ex-Presidente Pedro Castillo, o encerramento do Congresso e a convocação de uma assembleia constituinte.
Morreram 27 pessoas, cinco das quais menores de idade, nas manifestações e tumultos ocorridos principalmente no sul do país, em Ayacucho, Apurímac, Cuzco e Arequipa.
O ministro peruano precisou que as compensações às famílias dos mortos serão tratadas na terça-feira, dia 27, e que a comissão irá incluir representantes dos ministérios da Educação, Agricultura, Saúde, Desenvolvimento e Inclusão Social e da Presidência do Conselho de Ministros.
Também a sociedade civil estará representada.
O Peru atravessa uma crise política e social devido às manifestações que abalam o país desde a destituição do ex-Presidente Pedro Castillo, em 07 de dezembro, que quis dissolver o parlamento para convocar uma assembleia constituinte, criar um governo de emergência e governar por decreto, o que foi interpretado como uma tentativa de golpe de Estado.
Após a detenção de Castillo, que ficará em prisão preventiva 18 meses, o poder passou para a vice-presidente, Dina Boluarte, mas os protestos e manifestações continuaram, fazendo 26 mortos, o que levou o novo Governo a decretar o estado de emergência a nível nacional.
Os distúrbios no país obrigaram ao encerramento dos aeroportos, deixando milhares de turistas retidos no Peru, incluindo portugueses.
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