A Polícia Nacional espanhola libertou sete vítimas de exploração sexual em Madrid, Alicante e Toledo, e desmantelou um grupo criminoso que se dedicava ao tráfico de seres humanos. Segundo revelou a autoridade, num comunicado esta sexta-feira divulgado, as vítimas foram aliciadas com “condições de trabalho enganosas”, mas acabaram por ser obrigadas a prostituir-se 24 horas por dia.

Inicialmente o grupo sediou-se no município de San Pedro del Pinatar, em Múrcia, antes de se mudar para Alicante e, mais tarde, se expandir para Toledo. “Recrutaram as suas vítimas, principalmente cidadãos colombianos, tanto no seu país de origem como no território nacional, oferecendo-lhes condições de trabalho enganosas, tais como ganhar cerca de 1.500 euros por semana com clientes com elevado património líquido”, explicou a Polícia Nacional.

Quando as vítimas chegavam a Espanha, eram “obrigadas a trabalhar como prostitutas para pagar a dívida contraída para a viagem”. Quem fixava os preços eram os membros da rede criminosa, que vigiavam os atos sexuais através de câmaras de vigilância. Se as vítimas negassem, eram espancadas e trancadas em quartos. 

“As vítimas eram substituídas de poucos em poucos meses por novas raparigas”, revelou a autoridade espanhola, acrescentando que as mulheres tinham ainda de pagar as suas despesas de subsistência e que os membros ficavam com mais de metade dos lucros. As vítimas eram ainda instruídas a vender produto estupefaciente aos clientes, como cocaína ou canábis.

Desmantelado un grupo #criminal dedicado a la trata de seres humanos

Liberadas siete víctimas de #explotación sexual

Captaban a las #mujeres aprovechándose de su situación de necesidad

Les ofrecían condiciones de trabajo engañosas y luego las obligaban a prostituirse pic.twitter.com/mDSkIZsv7T

— Policía Nacional (@policia) December 16, 2022

“Tinham de estar disponíveis 24 horas por dia e tinham apenas uma refeição por dia”, lê-se na nota.

No total, foram detidas três pessoas - duas em Alicante e uma em Toledo - pelos crimes de tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual, pertença a um grupo criminoso, crimes contra a saúde pública e incentivo à imigração ilegal. 

Durante a operação policial foram efetuadas buscas domiciliárias em três residências em Madrid, Alicante e Toledo, que culminaram na apreensão de um veículo, sete telemóveis, um computador portátil, três câmaras de videovigilância, cerca de três mil euros em numerário, mais de duas gramas de marijuana, uma balança de precisão e documentação relacionada com a investigação.

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