ONG diz que eleições na Guiné Equatorial foram um retrocesso democrático
A organização não-governamental (ONG) Equatorial Guinea Justice considerou hoje que as eleições neste país lusófono africano foram um retrocesso e defenderam que os Estados Unidos deveriam exigir a libertação de mais de 500 presos políticos.
© Reuters
Mundo Guiné Equatorial
"As graves irregularidades observadas nas eleições recentemente realizadas na Guiné Equatorial são uma prova clara de um drástico retrocesso democrático", disse esta ONG, num comunicado enviado à Lusa.
No comunicado, enviado na mesma semana em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a reunir-se com vários líderes africanos, entre os quais o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, os ativistas liderados por Tutu Alicante denunciam a prisão de sete soldados e duas mulheres casadas com soldados por terem votado na oposição e a expulsão das suas casernas.
Isto, apontam, "viola o seu direito a uma votação secreta e discrimina-os por terem exercido o seu direito de votar livremente", a que se junta a morte de "pelo menos cinco civis inocentes, incluindo um polícia, e a detenção de 55 membros do partido da oposição".
"Com o Presidente Biden e a vice-Presidente Harris a reunirem-se com o sr. Obiang e dúzias de outros chefes de Estado africanos, mais de 500 prisioneiros políticos, ativistas e jovens continuam ilegalmente presos ou com acusações sem fundamento; o que as pessoas da Guiné Equatorial querem ver do Governo dos Estados Unidos é a exigência da libertação imediata destes indivíduos e uma transição negociada para a democracia", conclui-se no comunicado, que deixa muitas críticas aos observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por não terem identificado as irregularidades nas eleições.
A Guiné Equatorial é membro da CPLP desde 2014.
O resultado das eleições foi esmagador para o partido governamental de Teodoro Obiang, que obteve todos os lugares no Senado e no Congresso e foi reeleito com quase 95% dos votos. Obiang é o Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo.
O seu filho e vice-Presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, desafiou nas redes sociais a que os críticos encontrem provas de violações de direitos humanos e democráticos.
Teodoro Nguema Obiang Mangue, também conhecido por 'Teodorín', foi já condenado por corrupção em processos noutros países e é considerado, por analistas, o sucessor do pai na Presidência do país.
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