Os veículos CV90 MkIV, produzidos pela sueca BAE Systems, estão equipados com um canhão de 35 mm e serão entregues à Eslováquia a partir de 2025, divulgou hoje o Ministério da Defesa eslovaco.
"Com esses veículos, estamos a honrar o compromisso que assumimos [com a NATO] há alguns anos de formar uma brigada mecanizada pesada", sublinhou o ministro da Defesa, Jaroslav Nad, após a cerimónia de assinatura do contrato em Estocolmo.
O protocolo também abrange formação e treino, bem como simuladores táticos, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Esta compra tinha sido aprovada pelo governo eslovaco em junho. O ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, visita a Eslováquia esta quarta-feira.
As autoridades eslovacas anunciaram também hoje a abertura de uma base destinada à reparação de equipamento militar das Forças Armadas ucranianas, enquanto Kiev enfrenta a invasão russa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslováquia, Ratislav Kacer, referiu que esta base será aberta com a intenção de reparar estes materiais e "enviá-los de volta ao território ucraniano".
"Sem dúvida, haverá paz na Ucrânia e estaremos com eles até ao fim, até que isso aconteça", salientou o governante, em entrevista à agência de notícias Interfax-Ucrânia.
Ratislav Kacer sublinhou ainda que o mais recente pacote de ajuda militar aprovado pelo governo eslovaco inclui "munições, milhares de mísseis MiG-29, roupas de inverno para soldados e alimentos".
"Penso que é o nono ou décimo pacote, avaliado em quase 11 milhões de euros e que inclui tudo isto", acrescentou, antes de insistir que o país "vai continuar a prestar assistência".
Por sua vez, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu às autoridades da Eslováquia o "significativo apoio" dado desde os primeiros dias da invasão russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Ucrânia: Autoridades francesas alertam para envio de cartas-bomba