Policia belga voltou às instalações do PE para recolha de dados
A polícia belga voltou hoje às instalações do Parlamento Europeu (PE) em Bruxelas, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de corrupção para influenciar decisões desta instituição da União Europeia (UE), informou a Procuradoria Federal da Bélgica.
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Mundo Caso Eva Kaili
"Desde sexta-feira, com o apoio dos serviços de segurança do Parlamento Europeu, os recursos informáticos de dez colaboradores parlamentares estavam 'congelados' para evitar que os dados necessários á investigação desaparecessem. O registo de hoje no Parlamento Europeu destinou-se a recolher esses dados", referiu a Procuradoria Federal em comunicado.
Esta é a vigésima busca em quatro dias nesta investigação, de acordo com uma fonte judicial citada pela agência France-Presse, nas investigações relacionadas com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à realização da edição de 2022 do Mundial de futebol naquele país.
O Parlamento Europeu tem três locais de trabalho: na cidade francesa de Estrasburgo, onde é a sede oficial, na capital belga, Bruxelas, e no Luxemburgo.
A eurodeputada grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu e membro da bancada dos Socialistas europeus (grupo dos Socialistas e Democratas, S&D), é uma das pessoas detidas na Bélgica por alegado envolvimento neste caso de corrupção.
Um juiz belga decidiu no domingo acusá-la juntamente com outras três pessoas - incluindo o seu companheiro, o italiano Francesco Giorgi - pelo crime de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção.
A Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega confiscou hoje os bens (imóveis, contas bancárias, empresas) no país desta vice-presidente do PE (atualmente suspensa do cargo) e dos seus familiares mais próximos, com a justificação de que é possível que sejam provenientes de atividades ilegais.
O pai de Kaili também está envolvido no caso, já que na sexta-feira a polícia o deteve em flagrante num hotel com um saco com 600 mil euros em dinheiro, com o qual pretendia fugir.
Segundo os meios de comunicação gregos, outros 150 mil euros foram encontrados em malas numa busca realizada na casa de Kaili em Bruxelas.
Esta tarde, a bancada dos Socialistas Europeus (S&D) no Parlamento Europeu decidiu expulsar do grupo, com efeito imediato Eva Kaili, pedindo também o seu afastamento do cargo na instituição.
Numa nota de imprensa divulgada após uma reunião, o S&D informa que, mediante proposta da mesa, decidiu "expulsar Eva Kaili do grupo com efeito imediato, na sequência da suspensão do seu mandato" na passada sexta-feira.
"Além disso, o grupo S&D exigiu que Eva Kaili fosse afastada do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu, durante a sessão plenária desta semana, invocando o artigo 21.º do regulamento interno".
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, dirigiu-se ao hemiciclo no início da sessão plenária que hoje arrancou em Estrasburgo, onde assumiu "fúria, raiva e tristeza" com o caso de corrupção que envolve membros daquela assembleia, mas garantiu que a instituição trabalha com a justiça e anunciou uma reforma interna para reforçar a transparência.
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