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EUA. Ex-polícia condenado a 25 anos por forçar filho a dormir na garagem

Criança de 8 anos acabou por morrer de hipotermia devido às temperaturas muito baixas. As autoridades relataram um vasto historial de abusos na família.

EUA. Ex-polícia condenado a 25 anos por forçar filho a dormir na garagem
Notícias ao Minuto

16:07 - 09/12/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Estados Unidos

Um ex-polícia da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi, na quinta-feira, condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio do filho, de 8 anos, que forçou a dormir numa garagem numa noite gelada, com a criança a acabar por morrer devido ao frio.

A justiça considerou que a morte por hipotermia da criança, em janeiro de 2020, foi um homicídio, já que nessa noite as temperaturas atingiram valores negativos.

Michael Valva, de 45 anos, foi acusado em novembro de homicídio em segundo grau e quatro crimes por colocar os filhos em perigo de vida. Ao longo do processo, foram também reveladas as condições paupérrimas em que era retidas as crianças

Segundo a NBC News, o pai chorou no tribunal e mostrou-se arrependido pelas suas ações. À televisão norte-americana, o procurador Ray Tierney do condado de Suffolk, no estado de Nova Iorque, considerou o crime "um dos casos mais difíceis e aterradores" em 30 anos de experiência como advogado.

O caso trouxe à luz um historia de abusos infantis na casa dos Valva, que começou com o pai das crianças a mentir à polícia sobre as causas da morte de Thomas.

A 17 de janeiro de 2020, as autoridades foram chamadas para a casa da família de Michael Valva e Angelina Pollina, na altura noiva do condenado, para responder a um relato de uma criança que tinha caído na estrada e perdido a consciência.

Quando chegaram ao local, o pai estava a fazer manobras de reanimação a Thomas, que acabou por ser internado. O óbito foi declarado pouco depois. Segundo o comissário da polícia do condado de Suffolk, no processo citado pela NBC, a temperatura corporal da criança tinha caído abaixo dos 27 graus (a temperatura média de uma pessoa situa-se entre os 36 e os 37 graus).

Inicialmente, Michael Valva alegou que o filho caíra quando estava a tentar apanhar o autocarro. Mas a investigação policial refutou estas alegações com as imagens de videovigilância da casa do casal, e descobriram que Thomas e Anthony Valva passaram 16 horas dentro da garagem, sem aquecimento ou acesso à casa de banho, sem mantas ou colchões, numa noite muito fria.

Segundo a NBC News, as duas crianças são autistas. A certa altura durante a noite em causa, Thomas acordou no chão de cimento e urinou nas calças, mas dos pais não surgiu qualquer resposta.

As imagens também revelaram que Michael Valva gritou com a criança e ordenou que este saísse para ser lavado com uma mangueira. Foi nessa altura que Thomas colapsou várias vezes no chão de cimento das traseiras da casa, e o pai demorou pelo menos uma hora a contactar os serviços de emergência.

A investigação descobriu ainda que as crianças eram parcamente alimentadas e eram regularmente expostas a temperaturas muito baixas.

A defesa alegou que a principal culpada era a noiva de Michael Valva, Angelina Pollina, que era "controladora" e queria que os rapazes dormissem fora de casa. Pollina é também arguida no caso, foi acusada de homicídio em segundo grau e tem julgamento marcado para fevereiro.

"Nenhuma sentença de prisão é adequada para o tratamento cruel que este arguido infligiu às suas próprias crianças. A tortura que matou Thomas e colocou em perigo a vida de Anthony foi malvada. Felizmente, a história deste arguido termina aqui, mas a luta pela justiça do Thomas e do Anthony continua", disse em comunicado o procurador.

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